Inteligência Artificial

ChatGPT entra na mira do governo dos EUA com abertura de investigação contra a OpenAI

Movimento ocorre após a gigante da inteligência artificial ser acusada de coleta de dados injustas e de dano aos consumidores

Sam Altman: CEO da OpenAI (WinMcNamee/Getty Images)

Sam Altman: CEO da OpenAI (WinMcNamee/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 13 de julho de 2023 às 17h13.

Última atualização em 13 de julho de 2023 às 17h25.

Comissão Federal de Comércio (FTC), dos Estados Unidos, criou uma investigação sobre a OpenAI, a empresa de inteligência artificial (IA) responsável pelo desenvolvimento do chatbot ChatGPT, nesta quinta-feira, 13.

A ação, que representa um marco importante para o setor, é a primeira grande ameaça regulatória enfrentada pela empresa comandada por Sam Altman.

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Segundo o jornal NY Times, em uma carta de 20 páginas enviada à empresa sediada em San Francisco, a FTC expressou preocupação com as práticas de segurança adotadas pela OpenAI.

Junto disso, a agência solicitou respostas a uma série de perguntas sobre como a OpenAI treina seus modelos de IA e como trata os dados pessoais.

O próximo passo do órgão é examinar se a OpenAI violou a privacidade ou segurança de dados de pessoas ou empresas de forma injusta ou enganosas.

A investigação reflete um crescente escrutínio sobre as tecnologias de IA, à medida que pessoas, empresas e governos adotam cada vez mais produtos alimentados por dados e algoritmos complexos.

Pressão internacional

Paralelamente, a OpenAI tem sofrido pressão regulatória internacional. Em março, a autoridade de proteção de dados da Itália proibiu o ChatGPT, acusando a OpenAI de coletar ilegalmente dados pessoais dos usuários.

O ChatGPT, lançado em novembro, ganhou popularidade rapidamente devido à sua habilidade de responder a perguntas complexas, escrever poesia e gerar código.

No entanto, foi notado que a tecnologia, que já conta com 100 milhões de usuários pelo mundo, pode misturar fatos com ficção e até mesmo criar informações, um fenômeno que os cientistas chamam de "alucinação".

As implicações dessa investigação podem forçar a OpenAI a revelar seus métodos em torno da construção do ChatGPT e quais fontes de dados utiliza para construir seus sistemas de IA.

Enquanto a OpenAI sempre foi bastante aberta sobre essas informações, mais recentemente tem divulgado menos detalhes, provavelmente devido a preocupações com cópias por parte de concorrentes e possíveis processos judiciais relacionados ao uso de determinados conjuntos de dados.

Esta investigação ocorre em um contexto em que grandes empresas, como Google e Microsoft, estão investindo na construção de chatbots, representando uma grande mudança na maneira como os softwares são construídos e usados. Eles têm o potencial de reinventar motores de busca na internet, assistentes digitais e serviços de e-mail.

No início de 2023, o Centro de Política Digital e IA, um grupo de defesa que defende o uso ético da tecnologia, pediu à FTC que bloqueasse a OpenAI de lançar novas versões comerciais do ChatGPT, citando preocupações com preconceito, desinformação e segurança.

A resposta da OpenAI

Sam Altman, CEO da empresa, afirmou publicamente que está trabalhando para refinar o ChatGPT e reduzir a frequência de material tendencioso, falso ou socialmente prejudicial.

Através de uma técnica chamada aprendizado por reforço. Na prática, a empresa usa as avaliações dos usuários para definir mais cuidadosamente o que o chatbot fará ou não.

Mesmo assim, a FTC está agindo com rapidez, abrindo uma investigação menos de um ano após a OpenAI introduzir o ChatGPT.

Esta aceleração reflete as visões da presidente da FTC, Lina Khan, que defende que as empresas de tecnologia devem ser reguladas enquanto as tecnologias estão em fase de desenvolvimento, e não apenas quando se tornam maduras.

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