Jensen Huang: CEO da Nvidia (David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images)
Redator
Publicado em 29 de julho de 2025 às 09h54.
Última atualização em 29 de julho de 2025 às 09h54.
Em abril, o governo de Donald Trump proibiu a exportação de chips H20 da Nvidia para a China, resultando em prejuízos bilionários à gigante de US$ 4 trilhões. No entanto, com a recente reversão de postura dos EUA, a demanda chinesa pelos produtos da Nvidia foi tão alta que a empresa encomendou 300 mil novas unidades à TSMC, segundo a Reuters.
Desenvolvido especificamente para o mercado chinês, o H20 foi lançado após as restrições impostas aos outros produtos mais avançados de inteligência artificial da Nvidia, ainda no final de 2023, durante o governo Joe Biden.
Embora tenha menor poder de computação do que os chips H100 ou a nova série Blackwell – ambos vendidos fora da China –, o H20 se tornou um produto essencial para a Nvidia. No momento, a empresa acumula estoques de 600 mil a 700 mil unidades, além das novas encomendas feitas à TSMC. Com esse quantitativo, a Nvidia iguala as vendas de 2024, quando, de acordo com a SemiAnalysis, foram vendidos 1 milhão de chips desse modelo.
Jensen Huang, CEO da Nvidia, em sua recente viagem a Pequim, afirmou que a quantidade de pedidos do H20 determinaria o reinício da produção, que levaria cerca de nove meses. No entanto, apesar da alta demanda, a empresa ainda precisa obter licenças de exportação do governo dos EUA para enviar os chips à China. Embora tenha sido assegurada de que as elas seriam emitidas em breve, o Departamento de Comércio dos EUA ainda não aprovou os pedidos.
A retomada das vendas do H20 faz parte de uma negociação maior entre os EUA e a China sobre exportações de terras raras, com ambos os países buscando aliviar as tensões do comércio entre eles. O retorno das vendas gerou críticas bipartidárias no Congresso dos EUA, preocupados com o impacto para o domínio e liderança na tecnologia de IA.
No entanto, a Nvidia e outras empresas argumentam que a continuidade do interesse chinês pelos chips é crucial para evitar que desenvolvedores migrem para concorrentes como a Huawei. Huang também afirmou não acreditar que a China usaria tecnologias norte-americanas para fins militares, uma das maiores preocupações dos EUA.