Ministra da Ciência do Reino Unido, Michelle Donelan: país adota postura de observador quanto ao desenvolvimento da IA
Repórter
Publicado em 2 de abril de 2024 às 09h17.
Última atualização em 9 de abril de 2024 às 16h18.
Em uma iniciativa pioneira, Estados Unidos e Reino Unido assinaram um acordo para cooperação na avaliação e gestão de riscos associados aos novos modelos de inteligência artificial (IA). O tratado, formalizado em Washington na última segunda-feira, 2, contou com a presença da ministra da Ciência do Reino Unido, Michelle Donelan, e da secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, e delimitou um marco na colaboração técnica e no compartilhamento de conhecimentos e talentos em prol da segurança em IA.
Este acordo bilateral, o primeiro do gênero no mundo, surge em um momento de crescente pressão por maior regulamentação das tecnologias emergentes. Essa necessidade de regulamentação é impulsionada pelos riscos existenciais que novas tecnologias podem representar, incluindo a possibilidade de serem usadas em ataques cibernéticos devastadores ou no desenvolvimento de armas biológicas.
A parceria anunciada possibilitará uma troca intensa de expertise entre o recém-estabelecido Instituto de Segurança em IA (AISI) do Reino Unido e sua contraparte americana, que ainda está por iniciar suas atividades. Essa cooperação prevê, inclusive, o intercâmbio de pesquisadores através de programas de secondment, além de um esforço conjunto para a avaliação independente de modelos privados de IA, desenvolvidos por gigantes tecnológicos como OpenAI e Google.
Enquanto alguns países e regiões avançam para regulamentações mais estritas, como é o caso do Ato de IA da União Europeia, o posicionamento do Reino Unido, por ora, é de não planejar uma regulamentação abrangente da tecnologia de IA, dada a sua rápida evolução. Este acordo, contudo, sinaliza um compromisso claro de ambas as nações em não apenas entender e mitigar os riscos associados à IA, mas também em assegurar que as companhias permaneçam fiéis a seus compromissos de segurança.
A iniciativa ganha ainda mais relevância ao considerarmos o atual panorama tecnológico, onde empresas sediadas nos EUA lideram o avanço da IA. Assim, a expertise americana se torna fundamental tanto para a compreensão dos riscos quanto para a efetiva fiscalização das práticas corporativas.