Inteligência Artificial

EUA aumenta restrições de exportação para chips de IA; entenda como a medida afeta a Nvidia

Nova regra divide países em três grupos com diferentes restrições de exportação, o que levanta preocupações sobre competitividade global e inovação tecnológica

Ramana Rech
Ramana Rech

Redatora

Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 13h40.

Última atualização em 14 de janeiro de 2025 às 14h03.

O Departamento de Comércio da administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lançou na segunda-feira, 14, novas regras para a indústria de semicondutores do país. A medida tem previsão de afetar a gigante Nvidia, que hoje figura com a maior produtora de chips do mundo.

Os novos amigos do presidente: as razões que uniram as big techs a Trump

As novas regras atingem Unidades de Processamento Gráfico (GPU), que são um tipo de chip conhecidos pelo processamento de gráficos 3D e que hoje permitem as IA generativas. Boa parte dos data centers globais utilizam o GPU produzido pela Nvidia, que diz ter 90% do market share.

Apesar da maioria dos GPUS ser produzido em Taiwan, as companhias que o projetam estão localizadas nos Estados Unidos e, por isso, entram na jurisdição lançada pelo Departamento de Comércio do país.

Jensen Huang: CEO da Nvidia (PATRICK T. FALLON/Getty Images)

A regulação recém-lançada agrupa os países em três categorias com diferentes controles de exportação.

No primeiro grupo estão os aliados dos Estados Unidos, em que os GPUs podem circular livremente. São eles: Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Japão, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, República da Coreia, Espanha, Suécia, Taiwan e Reino Unido.

O segundo grupo são os “países de preocupação”, onde a exportação dos GPUs será banida completamente. Isso inclui China, Hong Kong e Macau, Rússia, Irã, Coreia do Norte, Venezuela, Nicarágua e Síria.

Os demais países terão um limite de negociação de 100 mil GPUs. Para negociações maiores, será necessário um processo de verificação e a autorização do governo.

O anúncio da Casa Branca afirma que é preciso que a tecnologia de IA “ande em trilhos americanos” para garantir a segurança e a força econômica nacional. Diz ainda que o avanço computacional em mãos erradas pode levar a “desenvolvimento de armas de destruição em massa, apoio de poderosas operações cibernéticas ofensivas e auxílio a abusos aos direitos humanos, como vigilância em massa”.

"Um pântano regulatório"

A Nvidia criticou duramente a nova proposta de regulação de semicondutores e tecnologias de IA apresentada pelo governo Biden. Segundo a empresa, as regras propostas, com mais de 200 páginas, representam um “pântano regulatório” que ameaça a competitividade global dos Estados Unidos .

“Esse amplo alcance imporia controle burocrático sobre como os principais semicondutores, computadores e softwares são projetados e comercializados globalmente”, afirmou a Nvidia em nota à EXAME.

A empresa destacou que a medida não apenas prejudica a inovação, mas também enfraquece o crescimento econômico e a posição dos EUA no mercado global. "Embora camufladas sob o disfarce de uma medida 'anti-China', essas regras não contribuiriam em nada para aumentar a segurança dos EUA. Pelo contrário, minam a liderança que os americanos conquistaram duramente ao longo das décadas", disse o porta-voz da empresa.

Acompanhe tudo sobre:NvidiaEstados Unidos (EUA)

Mais de Inteligência Artificial

As cinco tendências que moldarão a tecnologia em 2025

Amazon planeja relançamento da Alexa com IA generativa

O primeiro IPO de AI vem aí: Blaize, de chips, estuda entrada no mercado americano

O segredo para o sucesso na era da IA, segundo Sam Altman, da OpenAI