Inteligência Artificial

Estudo revela que apenas 32 países possuem data centers especializados em IA

EUA, China e Europa concentram mais de 50% dos hubs mais poderosos, enquanto África e América do Sul têm acesso limitado ou nenhum à capacidade computacional

Iniciativas africana, brasileira e indiana buscam preencher essa lacuna, mas disparidades e desafios ainda são grandes (Getty Images/Getty Images)

Iniciativas africana, brasileira e indiana buscam preencher essa lacuna, mas disparidades e desafios ainda são grandes (Getty Images/Getty Images)

Publicado em 26 de junho de 2025 às 09h26.

A inteligência artificial (IA) é um dos principais motores da transformação digital global, com potencial para revolucionar a produção e o consumo em diversas áreas. No entanto, essa revolução também está acentuando uma antiga divisão entre os países que desenvolvem as tecnologias de IA e controlam os data centers, e aqueles que dependem dessas inovações para consumo, mas carecem da infraestrutura necessária para produzi-las.

Um estudo da Universidade de Oxford revelou que apenas 32 países, a maioria do hemisfério norte, concentram os data centers especializados em IA de todo o mundo. Representando 16% das nações globais, eles dominam o poder computacional que permite o desenvolvimento de sistemas avançados de IA, como os usados em chatbots ou tecnologias de automação.

Estados Unidos, China e a União Europeia são os líderes, concentrando mais de 50% desses hubs. Consequentemente, também são eles que estão na vanguarda do desenvolvimento tecnológico.

Enquanto empresas norte-americanas, como Amazon, Google e Microsoft, e chinesas, tais quais Alibaba, Huawei e Tencent, dominam a operação desses data centers, a maioria das nações da África e da América do Sul possui acesso limitado ou nenhum a essas capacidades computacionais. Isso levanta questões sobre dependência tecnológica, soberania digital e segurança nacional.

O que esses países estão fazendo?

Apesar das disparidades, iniciativas estão sendo tomadas para preencher essa lacuna, como o esforço da Cassava, uma empresa africana que pretende construir cinco data centers avançados no continente, com um investimento de US$ 500 milhões.

No caso do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, em julho de 2024, um plano de US$ 4 bilhões em IA, defendendo que o país desenvolva sua própria infraestrutura digital. Na Índia, o governo também está subsidiando o desenvolvimento de um modelo de IA local, proficiente nas línguas do país.

Ainda assim, as disparidades são grandes e os desafios para alcançar o nível de desenvolvimento dos países e empresas líderes permanecem, seja pela defasagem tecnológica, pela escala dos investimentos já realizados ou pelo montante dos que ainda serão realizados.

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