Inteligência Artificial

Escassez de mão de obra no agronegócio pode ter solução: inteligência artificial

O bom crescimento da lavoura depende do olhar humano em algumas etapas, mas e se isso pudesse ser substituído por softwares? Essa é a proposta da belga Robovision, que captou US$ 42 milhões

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 5 de abril de 2024 às 11h24.

Última atualização em 9 de abril de 2024 às 16h13.

É uma realidade que o setor agrícola é um ambiente tecnológico e inovador. Há máquinas e robôs por diferentes etapas do processo de colheita, mas ainda assim há uma grande dependência do campo por mão de obra humana para que seus ciclos produtivos sejam finalizados.

Em meio aos desafios impostos por essa escassez de profissionais, a agricultura está cada vez mais se voltando para a automação assistida por inteligência artificial (IA). Do drone que aplica o defensivo agrícola à colheitadeira que precisa de quase nenhuma intervenção humana para executar o trabalho, startups especializadas em visão computacional veem uma oportunidade de mercado ao oferecer soluções pontuais que abrangem desde a coleta de dados até a monitoração e colheita de culturas, introduzindo, assim, robôs "com olhos" nos campos de cultivo.

Contudo, a adoção dessas tecnologias enfrenta o desafio da implementação. A Robovision, uma startup originária da Bélgica, alega ter encontrado uma solução para tornar as ferramentas de deep learning industrialmente acessíveis e fáceis de usar para empresas que não são originalmente do ramo tecnológico. Por meio de uma plataforma de IA de visão computacional que dispensa a necessidade constante de desenvolvedores de software ou cientistas de dados, a Robovision busca facilitar a integração da automação suportada por IA nos processos produtivos.

a

A visão da máquina: plataforma permite adaptar a IA que enxerga o mundo para diferentes tipos de uso, ainda que o foco seja a agricultura

A plataforma permite que os clientes carreguem dados, os etiquetem, testem seus modelos e os coloquem em produção, abrangendo uma variedade de casos de uso, desde o reconhecimento de frutas em escala de supermercados, plantas com pragas ou comprometidas pelo clima, até, no caso industrial, a identificação de falhas em componentes elétricos recém-produzidos.

Com uma presença já estabelecida em 45 países, a empresa agora se prepara para expandir suas operações para os Estados Unidos, impulsionada por uma recente rodada de financiamento da Série A, que arrecadou US$ 42 milhões. A rodada foi co-liderada pela Astanor Ventures, investidora belga focada em agtech, e pela Target Global, baseada em Berlim, marcando uma estratégia de diversificação em relação a seus investimentos anteriores.]

Com a nova avaliação pós-investimento de US$ 180 milhões, a Robovision eleva o total de financiamento de capital próprio para US$ 65 milhões. Ainda assim, fundadores e funcionários mantêm o controle de mais de 50% da empresa, conforme informou o TechCrunch.

A expansão da Robovision apresenta o desafio de adaptar sua mensagem e estratégia de mercado para atender a diferentes setores. No entanto, a startup belga vê oportunidades de aplicar aprendizados e experimentos de um setor a outro, como no caso da detecção de doenças em tulipas que foi adaptada para a detecção de doenças em pulmões humanos durante a crise da covid-19. Inovação que transborda do agro para outros setores.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificialAppsexame-ceo

Mais de Inteligência Artificial

Amado pelos designers, CEO do Figma acredita que futuro dos produtos digitais passa pela IA

Google DeepMind é um sucesso e uma tragédia ao mesmo tempo, diz executiva da empresa

Musk acusa OpenAI de tentar 'monopolizar' mercado de IA

CEO da Nvidia teve chance de comprar empresa no passado — mas recusou