Inteligência Artificial

E se levassem 10 dos seus melhores? Zuckerberg colocou isso à prova com a OpenAI

O movimento agressivo do CEO foi classificado pelas rivais como roubo; para a Meta, foi garantia da fundação de um novo centro de pesquisa em IA

Mark Zuckerberg: CEO da Meta (BRENDAN SMIALOWSKI / Colaborador/Getty Images)

Mark Zuckerberg: CEO da Meta (BRENDAN SMIALOWSKI / Colaborador/Getty Images)

Publicado em 2 de julho de 2025 às 10h19.

Última atualização em 2 de julho de 2025 às 10h19.

A Meta intensificou sua disputa por talentos em inteligência artificial (IA) ao lançar oficialmente o Meta Superintelligence Labs (MSL), divisão estratégica voltada ao desenvolvimento de uma inteligência artificial geral (AGI). Para atrair talentos do setor, a empresa chegou a oferecer pacotes de bônus superiores a US$ 100 milhões no primeiro ano, com ações que podem ser vendidas imediatamente e valores que chegariam a US$ 300 milhões em quatro anos.

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, optou pelo caminho agressivo e mirou principalmente na OpenAI, a empresa expoente do setor. O CEO fez ao menos 10 ofertas formais a funcionários de Sam Altman, incluindo uma para o cargo de cientista-chefe — que acabou recusada. Até agora, a empresa já contratou sete pessoas da rival para compor seu novo laboratório interno. O MSL também concentrará o desenvolvimento do projeto Llama, sua família de modelos de IA generativa.

No comando da divisão estão Alexandr Wang, ex-CEO da Scale AI, e Nat Friedman, ex-chefe do GitHub. Nenhum dos dois, porém, é tradicionalmente considerado pesquisador, deixando em aberto o cargo de cientista-chefe ou diretor de pesquisa.

A tentativa agressiva de recrutamento causou reação imediata na OpenAI. Mark Chen, chefe de pesquisa da empresa, classificou o movimento como uma "sensação de roubo" e afirmou que a organização está revisando suas ofertas de compensação para segurar talentos.

Andy Stone, porta-voz da Meta, contestou parte das informações, dizendo que a estrutura dos pacotes foi "mal interpretada" e que os valores mais altos se limitam a cargos de liderança de primeira linha. Já o CTO da Meta, Andrew Bosworth, afirmou que os pacotes de US$ 100 milhões não são para todos.

O peso dos salários no Vale do Silício

Para efeito de comparação, engenheiros sêniores na Meta relataram ganhos anuais em torno de US$ 850 mil, enquanto a média entre os níveis superiores do cargo gira em torno de US$ 1,54 milhão, sem ultrapassar os US$ 2 milhões. Esses números ajudam a dimensionar como os pacotes oferecidos para lideranças em IA estão bem acima do padrão mesmo para o Vale do Silício.

Em outro patamar, CEOs de grandes empresas também ficam atrás dessas superofertas: Satya Nadella, da Microsoft, recebeu US$ 79,1 milhões em 2024 (a maior parte em ações), enquanto Dara Khosrowshahi, da Uber, teve compensação de US$ 39,4 milhões no mesmo período.

Ao menos na guerra por talentos de IA, a Meta acredita agora estar ganhando. Na corrida para ser o homem mais rico do mundo, Zuckerberg também deu um passo para mais perto de Elon Musk. Após o anúncio do MLS, sua fortuna cresceu US$ 1,5 bilhão em único dia, atingindo US$ 260 bilhões. No entanto, Musk, dono de Tesla, Space X, X e outras empresas, ainda mantém vantagem de mais de US$ 100 bilhões, mesmo com perdas decorrentes, principalmente, de sua participação no governo Trump.

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