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Demanda por IA pressiona maior mercado elétrico dos EUA e encarece contas de luz

Aumento da demanda por data centers deve elevar conta de luz em até 5% em parte do país

Demanda por IA faz custo de eletricidade bater recorde nos EUA (MephitBlueStudio/Thinkstock)

Demanda por IA faz custo de eletricidade bater recorde nos EUA (MephitBlueStudio/Thinkstock)

Publicado em 23 de julho de 2025 às 17h34.

Última atualização em 23 de julho de 2025 às 18h00.

O custo para garantir o fornecimento de energia no maior mercado elétrico dos Estados Unidos atingiu um nível recorde devido ao crescimento da demanda por data centers que utilizam inteligência artificial (IA) e aos atrasos na construção de novas usinas. A informação foi divulgada pela PJM Interconnection, operadora da rede elétrica que cobre 13 estados americanos e o Distrito de Colúmbia.

Segundo a PJM, a energia foi contratada a US$ 329,17 por megawatt-dia no leilão anual de capacidade, aumento de 22% em relação ao ano anterior. A operadora pagará US$ 16,1 bilhões a geradores de energia para cobrir a demanda estimada entre junho de 2026 e maio de 2027, o que representa crescimento de 10% no valor total pago.

A PJM estima que o reajuste leve a um aumento de 1% a 5% nas contas de luz dos consumidores, a depender da forma como os custos forem repassados por concessionárias e governos estaduais.

Pressão das IAs e impacto político

O aumento no custo de energia ocorre no momento em que grandes empresas de tecnologia expandem suas operações de computação em nuvem e inteligência artificial, elevando significativamente a carga sobre o sistema elétrico. Parte dos investimentos em infraestrutura está sendo financiada diretamente por essas companhias.

A PJM opera a maior concentração de data centers do mundo na Virgínia, conhecida como "data center alley", onde a demanda energética tem crescido rapidamente. A operadora também enfrenta gargalos para conectar novas fontes de geração à rede e a desativação prevista de usinas antigas, o que agrava a situação. Estima-se que entre 12% e 30% da capacidade instalada atual pode ser desativada até 2030.

O aumento de preços é um revés para a meta política do presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, que prometeu reduzir em 50% o custo da energia no país. Dados do Departamento do Trabalho mostram que os preços da eletricidade subiram 5,6% nos últimos 12 meses, enquanto o índice geral de preços ao consumidor aumentou 2,7%.

Em resposta a pressões políticas, a PJM havia estabelecido um piso e um teto para os preços do leilão de capacidade, entre US$ 175 e US$ 325 por megawatt-dia, com validade de dois anos. Mesmo com essa limitação, o valor registrado no leilão mais recente ultrapassou o teto após autorização da Comissão Federal de Regulação de Energia (Ferc).

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