George Kurtz: cofundador e CEO da CrowdStrike
Redator
Publicado em 1 de setembro de 2025 às 10h14.
Segundo George Kurtz, cofundador e CEO da CrowdStrike, uma das principais empresas de cibersegurança do mundo, a atuação da empresa não se resume a software, sendo, nas palavras dele, uma “luta entre o bem e o mal; uma história da natureza humana aplicada à tecnologia”.
Para Kurtz, o avanço da inteligência artificial aumentou tanto a sofisticação quanto o número de ameaças cibernéticas, democratizando o poder de ataque e tornando fusões e aquisições ainda mais estratégicas no setor.
Fundada em 2011 e com capital aberto desde 2019, a CrowdStrike anunciou recentemente a compra da startup de observabilidade de dados Onum por cerca de US$ 290 milhões. Sediada em Madri, a empresa se destaca pela capacidade de detectar ameaças em tempo real, à medida que os dados são inseridos nos sistemas corporativos.
Desde 2017, a CrowdStrike adquiriu oito empresas, incluindo a Humio, em 2021, por US$ 400 milhões, e a Flow Security, em 2024, por cerca de US$ 200 milhões, sempre buscando negócios em que possa agregar valor real e sustentável.
Em entrevista à Fortune, Kurtz explicou a estratégia da CrowdStrike: adquirir empresas no estágio certo, focar na experiência do cliente e garantir integrações bem-sucedidas – uma lição aprendida durante sua passagem pela McAfee, onde enfrentou dificuldades para integrar 21 aquisições.Iniciado há três meses, o negócio com a Onum é um dos primeiros desde o grande apagão cibernético do ano passado, que afetou aeroportos, bancos, canais de TV e bolsas de valores ao redor do mundo e colocou o nome da CrowdStrike na capa dos noticiários.
Em 2025, alguns dos maiores negócios do mercado incluem a compra da CyberArk pela Palo Alto Networks por US$ 25 bilhões e a proposta de aquisição da Wiz pelo Google por US$ 32 bilhões. Nos últimos dez anos, a Accenture comprou 20 empresas do setor de cibersegurança.
Para Kurtz, a aquisição da Onum fortalece a posição da CrowdStrike como “o Reddit dos dados de segurança”, ampliando o uso de IA nos centros de operações de segurança (SOC). Ele projeta um futuro em que “cada agente de IA precisará ser protegido”, já que eles possuem identidades próprias, acessam dados e fluxos de trabalho e interagem com sistemas externos.
“O crescimento da IA democratizou a capacidade de ataque. Agora, os maus atores agem mais rápido e o tempo para os bons reagirem diminuiu. A necessidade de segurança será maior amanhã do que é hoje”, conclui Kurtz.