Inteligência Artificial

Como emoji de cheeseburger do CEO do Google marca a virada da empresa na disputa da IA

Companhia mostrou para o setor de tecnologia o seu progresso ao lançar seu modelo mais recente, o Gemini 3

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 22 de novembro de 2025 às 17h51.

Última atualização em 22 de novembro de 2025 às 17h54.

Tudo sobreGoogle
Saiba mais

Em 2017, o Google foi alvo de críticas por causa de um emoji mal desenhado. Esta semana, o CEO Sundar Pichai corrigiu o problema. A maneira como ele fez isso revela o progresso que a Google fez em inteligência artificial generativa.

A big tech mostrou para o setor de tecnologia o seu progresso ao lançar seu modelo mais recente, o Gemini 3, nesta terça‑feira, 18. Em seguida, apresentou a ferramenta de geração de imagens aprimorada, Nano Banana Pro, que produz ilustrações, diagramas e gráficos realistas.

O Google demonstrou que existem possibilidades de escalabilidade da IA, enquanto seus concorrentes enfrentam questionamentos. As ações subiram para um recorde, tornando a empresa mais valiosa do que a Microsoft, informou o site Business Insider.

Esse desempenho deixa a empresa muito distante do cenário que se encontrava em 2017. Naquela época, o Google lançou um emoji de cheeseburger para smartphones Android. O queijo estava abaixo da carne. Um escândalo na rede.

Pichai se desculpou e comentou em tom descontraído que o Google “começaria a trabalhar numa correção imediatamente”.

Com os avanços apresentados nesta semana com o lançamento do Gemini 3 e do Nano Banana Pro, os novos modelos de IA são melhores em criar e renderizar imagens. Sua compreensão de espaço tridimensional e de como o mundo físico funciona evoluiu tanto que agora acertam a pilha de cheeseburgers.

Pichai postou recentemente no X (antigo Twitter) uma imagem gerada por IA para provar o avanço, escrevendo “iykyk” como referência à polêmica de 2017.

Por que essa melhoria importa tanto?

A capacidade dos modelos de IA de entender instintivamente onde os objetos devem ficar no mundo real é realmente relevante.

“Normalmente, os modelos de IA têm dificuldades com a orientação espacial, principalmente com a posição relativa dos objetos”, declarou Balaji Srinivasan, investidor em tecnologia e ex‑CTO da Coinbase, no X após a postagem mais recente de Pichai sobre o hambúrguer. “Mas esta imagem (se renderizada pela Gemini 3) parece resolver esse problema, já que o posicionamento espacial exato do queijo é tratado de forma correta e precisa.” Se os modelos de IA conseguem determinar onde o queijo deve estar num hambúrguer, eles também podem precisar saber onde coisas mais importantes devem estar no mundo real. Isso poderá significar uma melhor tomada de decisão por máquinas em design, engenharia e outras áreas.

Há outra lição a ser tirada desta saga do cheeseburger que durou oito anos. O Google foi criticado por estar atrasado em IA generativa, e os lançamentos desta semana finalmente colocaram fim a essas dúvidas.

Novos produtos como o Gemini 3 demandam muitos anos de pesquisa técnica e infraestrutura para serem desenvolvidos. O CEO da companhia tem adotado uma mentalidade orientada pela IA há cerca de uma década. Agora, os frutos desse trabalho começam a aparecer.

“O Google realmente abandonou tudo o que estava fazendo para se concentrar de fato em IA. E o Gemini 3 representa o momento em que eles retomaram a liderança, pelo menos por enquanto”, analisou Srinivasan. “Juntando isso ao fato de Sundar ter dobrado a receita da Google para US$ 100 bilhões, ele provou que pode levar a empresa a patamares sem precedentes, tanto tecnologicamente quanto comercialmente.”

Acompanhe tudo sobre:GoogleInteligência artificial

Mais de Inteligência Artificial

Trump avalia plano de vender chips da Nvidia à China em meio à guerra comercial

ChatGPT libera criação de grupos com até 20 pessoas; veja como usar

Novo pacto com a OpenAI aproxima taiwanesa Foxconn do núcleo da infraestrutura de IA dos EUA

Fox News contrata Palantir para otimizar redação com IA