Inteligência Artificial

Como a corrida da IA está afetando o atendimento e a gestão de redes de fast-food

Hoje, as redes conseguem pré-determinar até a compra de ingredientes

A Domino's é uma das redes que estão integradas à tecnologia da IA (Matt Cardy/Getty Images)

A Domino's é uma das redes que estão integradas à tecnologia da IA (Matt Cardy/Getty Images)

Publicado em 3 de julho de 2025 às 23h43.

Redes de fast-food têm acesso a uma gama de dados de seus consumidores. Não é incomum que essas empresas usem aplicativos móveis para oferecer descontos em suas principais ofertas em troca de um combo de informações dos clientes. Nos Estados Unidos, a rede Juici Patties, que vende milhares de hambúrgueres por dia em mais de 70 lojas na Flórida, Nova York e Jamaica, resolveu usar a inteligência artificial (IA) para driblar a falta de estoque que acometeu suas operações em 2024. 

Com a IA, a rede pode usar dados para fazer previsões sobre os pedidos dos clientes e, em seguida, gerar insights para suas lideranças sobre como gerenciar o estoque e as operações. No caso da Juici Patties, a inclusão da IA também aferiu o horário de funcionamento da rede, já que o sistema identificou que clientes queriam comprar comida mais cedo, antes do horário de funcionamento das unidades da Juici Patties, o que ocasionou em um ajuste em sua jornada diária.

Outras redes também usando IA

Mas o implemento dessa tecnologia na operação é algo sem volta. A rede de pizzarias Domino's se uniu a Microsoft para criar uma assistente de IA generativa que economiza o tempo dos gerentes na gestão de estoque e na solicitação de ingredientes. A Starbucks, por sua vez, fechou um acordo com a Microsoft para usar a IA generativa no desenvolvimento de seus produtos. A Yum Brands, que controla marcas como KFC e Taco Bell nos Estados Unidos, elegeu outra parceira, a Nvidia, para resolver tarefas internas, como gestão de mão de obra e processamento analítico.

No fim do dia, especialistas apontam que a busca por melhorias de eficiência e velocidade é inexorável. É onde a corrida pela IA se torna crucial para a gestão desses estabelecimentos.

Grandes redes de fast-food já tinham um padrão operacional para compras com base na demanda, mas a adoção da IA elevou isso a um novo patamar com recursos de previsão que preveem pedidos com mais precisão. Hoje, as redes conseguem pré-determinar até a compra de ingredientes, uma parte notoriamente complicada do gerenciamento da cadeia de restaurantes.

Stephen Zagor, consultor especializado em restaurantes e empresas alimentícias, disse ao portal Business Insider que “a IA ​​pega a demanda prevista e a transforma em uma reação ao longo de toda a cadeia de suprimentos”. Para um restaurante próximo a uma rodovia, por exemplo, a IA poderia prever que o movimento diminuiria em determinados dias e, dessa forma, impactar os níveis de estoque e reposição de itens.

Ele cita o McDonald's como uma das redes de fast-food que mais utilizam IA para maximizar a operação, desde o ponto de venda até a cadeia de suprimentos. A empresa firmou parcerias com o Google Cloud e a IBM em algumas soluções de IA.

A IA utiliza dados internos de ponto de venda de restaurantes de fast food, como quais produtos os clientes tendem a comprar ao mesmo tempo. Em seguida, um algoritmo combina esses dados com fatores externos, como o clima ou eventos locais. Assim, a empresa consegue controlar custos e evitar o desperdício em pedidos de grande escala.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificialVarejoMcDonald'sKFCStarbucksDomino'sTaco Bell

Mais de Inteligência Artificial

Vtubers, avatares virtuais criados por IA, conquistam cada vez mais espaço no YouTube

Menções do ChatGPT a sites saltam de 1 milhão para 25 milhões, mas não compensam queda de audiência

Meta está treinando chatbots de IA personalizados para enviar mensagens aos usuários sem solicitação

Bionexo transforma gestão hospitalar com IA e automação de ponta a ponta