Inteligência Artificial

China vai vencer os EUA em guerra da IA, diz Jensen Huang, da Nvidia

Em entrevista ao jornal Financial Times, Jensen Huang, da Nvidia, o que separa os dois países na disputa por supremacia tecnológica é uma diferença mínima — e estratégica

Jensen Huang: CEO da Nvidia é um dos homens mais ricos do mundo  (Jade GAO /AFP)

Jensen Huang: CEO da Nvidia é um dos homens mais ricos do mundo (Jade GAO /AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 07h39.

Para Jensen Huang, CEO da Nvidia (NVDA), a empresa mais valiosa do mundo, a China deve ganhar a guerra da inteligência artificial (IA). Em entrevista ao Financial Times, Huang afirmou que o país asiático "está nanossegundos atrás dos Estados Unidos em IA" e que a política norte-americana pode afastar metade dos desenvolvedores do mundo.

O alerta foi feito durante o Future of AI Summit, realizado em Londres. Para Huang, o que separa os dois países na disputa por supremacia tecnológica é uma diferença mínima — e estratégica. Segundo ele, os subsídios estatais chineses à energia barateiam a produção de chips de IA locais, ao passo que as regulações nos EUA estariam sufocando a inovação. “O Ocidente sofre com cinismo. Falta otimismo para competir”, disse.

“Queremos que a América vença. Mas para isso, precisamos estar na China”, reforçou o executivo em publicação posterior na rede X (antigo Twitter). “Uma política que faz os EUA perderem metade dos desenvolvedores do mundo é prejudicial no longo prazo.”

A Nvidia está no centro da disputa comercial entre as duas maiores economias do planeta. Em maio, Huang classificou como um “fracasso” as restrições de exportação de chips avançados impostas por Washington. As medidas, segundo ele, aceleram o desenvolvimento de soluções locais por empresas chinesas.

Restrição ao Blackwell

Durante conferência em Washington, Huang defendeu que a infraestrutura de IA global seja construída com base em tecnologias americanas. “Mas precisamos ganhar os desenvolvedores chineses”, argumentou. A posição contrasta com a política adotada por Donald Trump, presidente dos EUA, que declarou que os chips mais avançados da Nvidia, como os da linha Blackwell, devem ser reservados exclusivamente para o mercado americano.

Até o momento, a Nvidia não solicitou licenças de exportação para a China, citando a postura do governo local. Ainda assim, o CEO reforça que manter um canal com os desenvolvedores chineses é essencial para que os EUA liderem a revolução da inteligência artificial.

Acompanhe tudo sobre:NvidiaInteligência artificialChina

Mais de Inteligência Artificial

Lu, do Magalu, ganha 'cérebro com IA' e vira vendedora dentro do WhatsApp

Amazon processa Perplexity por IA que faz compras em nome de usuários

Nvidia acelera na Europa com data center de R$ 6,1 bilhões na Alemanha

China subsidia 50% da energia gasta pelo setor de chips