Inteligência Artificial

China acelera IPOs de IA e carros autônomos para enfrentar domínio dos EUA

Pequim simplifica processos regulatórios para atrair capital e acelerar expansão de empresas como Pony AI e WeRide em setores estratégicos da nova economia

Iniciativa faz parte do plano da China para liderar globalmente a IA até 2030, apoiado por políticas industriais que envolvem desde semicondutores até modelos de IA e aplicações comerciais (simon2579/Getty Images)

Iniciativa faz parte do plano da China para liderar globalmente a IA até 2030, apoiado por políticas industriais que envolvem desde semicondutores até modelos de IA e aplicações comerciais (simon2579/Getty Images)

Publicado em 31 de outubro de 2025 às 04h15.

Para competir com o domínio dos EUA em inovação e fortalecer sua posição na corrida tecnológica global, a China está acelerando a abertura de capital de empresas de setores estratégicos, como inteligência artificial e veículos autônomos.

Segundo o The Information, reguladores chineses estão simplificando o processo de IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial) para empresas estratégicas, buscando ampliar rapidamente o financiamento de companhias locais.

Entre os nomes que entraram com pedidos de IPO em Hong Kong após aprovação do regulador local, estão a Pony AI e a WeRide, duas das principais empresas chinesas de veículos autônomos. Juntamente com a Apollo Go (da Baidu), elas já estão liderando a expansão global dessa tecnologia, tanto na Ásia quanto no Oriente Médio e na Europa.

A iniciativa faz parte do plano da China para liderar globalmente a IA até 2030, apoiado por políticas industriais que envolvem desde semicondutores até modelos de IA – muitos dos quais com código aberto – e aplicações comerciais, segundo relatórios do Atlantic Council e da RAND Corporation.

Embora gestos e anúncios diplomáticos recentes indiquem possível distensão, o movimento também ocorre em meio a tensões geopolíticas e comerciais com os EUA, que já duram quase uma década, especialmente desde o início do primeiro governo Donald Trump, em 2017.

Ao mesmo tempo, o governo chinês alerta para os riscos de “competição desordenada” no setor de IA, tentando evitar bolhas e garantir eficiência nos investimentos públicos e privados.

IA aberta

No campo dos modelos abertos, a China ultrapassou os EUA em desempenho e popularidade, segundo análise do Washington Post, com startups como a DeepSeek ganhando espaço em ritmo acelerado. Iniciativas colaborativas de código aberto vêm sendo impulsionadas por investimentos estatais, em contraste com o modelo fechado de grandes empresas de tecnologia ocidentais.

A corrida também envolve avanços em infraestrutura energética, considerada essencial para sustentar o crescimento em IA. Pequim tem adotado uma política de expansão simultânea em IA e energia, o que, segundo analistas, pode representar vantagem estrutural frente às redes sobrecarregadas dos EUA.

Recentemente, a OpenAI sinalizou esse problema à Casa Branca, indicando que o país precisa adicionar 100 GW anuais para sustentar sua liderança em IA — o equivalente ao consumo de cerca de 80 milhões de residências norte-americanas.

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