Inteligência Artificial

ChatGPT ganha resumos personalizados ao amanhecer; ideia mira começar o dia no app

Recurso chega primeiro para usuários do plano Pro, de US$ 200 mensais, e marca movimento da empresa para tornar o ChatGPT mais proativo

Pulse do ChatGPT: para checar antes do café (Divulgação)

Pulse do ChatGPT: para checar antes do café (Divulgação)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 16h20.

 

OpenAI iniciou nesta quinta-feira, 25, o lançamento do Pulse, nova funcionalidade dentro do ChatGPT que cria relatórios personalizados enquanto o usuário dorme.

A ferramenta entrega de cinco a dez resumos curtos pela manhã, cobrindo tópicos de interesse individual e notícias, com o objetivo de fazer com que os usuários comecem o dia pelo ChatGPT, num comportamento semelhante ao de checar redes sociais ou aplicativos de notícia logo ao acordar.

 

Pulse é parte de uma mudança estratégica mais ampla nos produtos da OpenAI voltados ao consumidor final, com foco no uso assíncrono — ou seja, mesmo quando o usuário não está interagindo diretamente com o chatbot. Outras funcionalidades, como o ChatGPT Agent e o Codex, seguem a mesma lógica: fazer o sistema agir mais como um assistente digital do que como um simples gerador de texto.

A nova funcionalidade ficará disponível inicialmente apenas para assinantes do plano Pro do ChatGPT, que custa US$ 200 por mês, e aparecerá como uma aba dentro do aplicativo. A empresa afirma que pretende levar o Pulse a todos os usuários futuramente, incluindo os assinantes do plano Plus, mas para isso será necessário reduzir o uso de capacidade computacional.

Sam Altman, CEO da OpenAI, já havia indicado que novos produtos mais exigentes em termos de processamento estariam restritos aos planos mais caros. A empresa também reconheceu, publicamente, suas limitações de infraestrutura, e está expandindo rapidamente seu parque de data centers em parcerias com empresas como Oracle e SoftBank.

Funcionalidade mira consumo personalizado de informação

Os resumos do Pulse podem incluir desde notícias sobre temas específicos, como um time de futebol, até sugestões personalizadas com base no contexto do usuário. Em demonstração feita ao site TechCrunch, Adam Fry, líder de produto da OpenAI, mostrou que o sistema havia gerado para ele:

  • Um apanhado de notícias sobre o time inglês Arsenal;
  • Sugestões de fantasias de Halloween para sua família;
  • Um roteiro de viagem para Sedona, no Arizona, adequado a crianças pequenas.

Cada resumo é exibido como um card, com imagens e textos gerados por IA. É possível clicar para ver o conteúdo completo e fazer perguntas ao ChatGPT com base naquele material. A ferramenta também envia uma mensagem de encerramento após alguns relatórios: “Ótimo, isso é tudo por hoje.” Segundo Fry, trata-se de uma decisão de design pensada para evitar o comportamento de consumo excessivo estimulado por redes sociais.

O Pulse já é compatível com os Connectors do ChatGPT, que permitem conectar contas como Google Calendar e Gmail. Com isso, o sistema pode vasculhar e-mails durante a madrugada e oferecer um resumo das mensagens mais importantes pela manhã, além de gerar agendas baseadas em compromissos do calendário.

Concorrência indireta com apps de notícias e boletins pagos

Embora o Pulse cite suas fontes, como já faz o ChatGPT com a busca na web, o novo recurso pode vir a disputar atenção com produtos estabelecidos de curadoria de informação, como Apple News, newsletters por assinatura ou veículos jornalísticos tradicionais.

Ainda não está claro se o Pulse justificará o alto custo computacional que exige para funcionar. Segundo Fry, o consumo de recursos “varia tremendamente” entre os relatórios: alguns exigem apenas organização de conteúdo, enquanto outros demandam busca ampla na internet e síntese de múltiplos documentos.

No futuro, a OpenAI pretende tornar o Pulse ainda mais proativo — ou agentic, termo usado para se referir a sistemas que executam tarefas de forma autônoma. A meta é permitir, por exemplo, que o ChatGPT faça reservas em restaurantes ou redija e-mails para aprovação do usuário. No entanto, a empresa reconhece que ainda há um longo caminho até que os modelos inspirem confiança suficiente para esse nível de autonomia.

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