Inteligência Artificial

Caçada de talentos de Zuckerberg avança: chegam Jack Rae, do DeepMind, e Johan Schalkwyk, da Sesame

Nova equipe de "superinteligência" será formada por nomes vindos do Google, Scale AI e startups; meta é criar sistemas mais avançados e personalizados que os atuais modelos como o Llama

Mark Zuckerberg: CEO da Meta aposta em abordagem de caça-talentos para a IA (Craig T Fruchtman/Getty Images)

Mark Zuckerberg: CEO da Meta aposta em abordagem de caça-talentos para a IA (Craig T Fruchtman/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 12 de junho de 2025 às 06h56.

Última atualização em 12 de junho de 2025 às 07h00.

Em uma ofensiva direta para recuperar espaço na corrida da inteligência artificial, a Meta, dona do Facebook e do Instagram, iniciou a formação de um time exclusivo e secreto voltado ao desenvolvimento da chamada IA Geral, sistemas capazes de aprender e agir de forma similar à inteligência humana em múltiplas tarefas. A estratégia inclui um forte movimento de recrutamento de talentos, com direito a encontros pessoais com Mark Zuckerberg e pacotes de remuneração na casa das dezenas de milhões de dólares.

A empresa já atraiu nomes de peso como Jack Rae, pesquisador do DeepMind (braço de IA do Google), e Johan Schalkwyk, ex-líder de aprendizado de máquina da startup Sesame AI. Outros talentos ainda devem se juntar à equipe, incluindo executivos da Scale AI, empresa especializada em rotulagem de dados, que está prestes a receber um investimento bilionário da própria Meta.

A movimentação é uma resposta direta à recepção morna do Llama 4, atual modelo de linguagem da empresa, e sinaliza a ambição de Zuckerberg de elevar o patamar de suas ferramentas de IA — especialmente em aplicações como personalização de conteúdo e comandos por voz. A expectativa é reunir cerca de 50 profissionais, incluindo um cientista-chefe, para acelerar a criação de sistemas capazes de simular e planejar ações no mundo físico, um passo além das IAs baseadas apenas em texto.

O investimento na Scale AI, fundada por Alexandr Wang, de apenas 28 anos, deve cumprir outra função crucial: acesso a dados de alta qualidade, um dos pilares para o treinamento de modelos mais sofisticados. Segundo fontes próximas ao acordo, outros funcionários da Scale também devem migrar para a equipe da Meta, e a startup já discute a substituição de Wang por Jason Droege como CEO após o fechamento do negócio.

A movimentação reforça os três pilares estratégicos para qualquer gigante da IA: chips, dados e talento. A Meta já conta com grande infraestrutura computacional e, agora, busca preencher as outras duas frentes com capital e articulação — ainda que nem todos os alvos estejam dispostos a aceitar o convite. A empresa tentou, sem sucesso, atrair pesquisadores como Koray Kavukcuoglu, hoje promovido a arquiteto-chefe de IA do Google, e Noam Brown, nome de destaque na OpenAI.

Enquanto isso, os concorrentes também se movimentam. O próprio Google, ciente da disputa, criou novos cargos executivos para reter seus principais cientistas. Em um memorando interno, o CEO Sundar Pichai destacou que Kavukcuoglu terá a missão de acelerar a integração dos modelos de IA da empresa aos seus produtos, com foco em eficiência e velocidade de lançamento.

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