Victor Riparbelli: CEO e cofundador da Synthesia (Cody Glenn/Getty Images)
Redator
Publicado em 6 de setembro de 2025 às 09h54.
Fundada em 2017 e inicialmente focada em combinar versões digitais de humanos com vozes dubladas em diferentes idiomas, desde 2020 a Synthesia expandiu sua atuação para oferecer aos clientes a possibilidade de criarem apresentações com avatares realistas gerados por inteligência artificial, seja a partir de empregados ou de atores que consentiram com o uso.
Com isso, a Synthesia se tornou peça importante na redefinição do presente e do futuro da produção de vídeos corporativos com avatares digitais gerados por IA. Sediada em Londres, a empresa já conta com mais de 65 mil clientes, incluindo 70% das empresas da Fortune 100.
Desde sua fundação, a Synthesia tem evoluído constantemente, lançando avatares cada vez mais sofisticados e realistas. A mais recente atualização, o modelo Express-2, aprimorou ainda mais a precisão das criações, permitindo gestos mais naturais, em vez dos tradicionais movimentos genéricos dos braços, além de um controle de voz mais fiel ao sotaque.
No processo de criação, o usuário grava um script diante de uma câmera enquanto faz gestos e expressões naturais, tudo cuidadosamente ajustado para refletir as emoções da fala. Em questão de semanas, o modelo gera dois avatares, um com a tecnologia anterior, o Express-1, e outro com a nova versão.
Observando o conteúdo gerado pelos modelos, a melhoria é notável: enquanto o Express-1 tinha dificuldades com movimentos e sincronização de fala, o Express-2 produziu um avatar que se aproximava muito mais do script gravado, com gestos e movimentos faciais precisos. No entanto, ainda é possível perceber alguns detalhes artificiais, como mãos excessivamente lisas e olhos estáticos, que raramente piscam.Apesar das constantes melhorias, pesquisadores ainda lidam com desafios, como a dificuldade de replicar a fala natural em diferentes emoções e a sincronização perfeita entre fala e movimento. Para apresentações mais formais ou no ambiente de trabalho, esses detalhes são muito mais imperceptíveis do que se os avatares fossem usados em interações mais íntimas, como conversas com familiares ou amigos próximos.
De todo modo, a IA está evoluindo rapidamente, com o Express-2 representando um passo significativo na criação de avatares que vão além da simples apresentação, com potencial para, um dia, até interagirem com os usuários em tempo real – uma funcionalidade que, até agora, está restrita a filmes e séries hollywoodianos.