Inteligência Artificial

AstraZeneca investe US$ 247 milhões em empresa de inteligência artificial que pode curar o câncer

O acordo faz parte dos planos ambiciosos da AstraZeneca de substituir a quimioterapia tradicional por uma nova geração de medicamentos direcionados

AstraZeneca: investimento em IA contra o câncer  (Roland Magnusson/Getty Images)

AstraZeneca: investimento em IA contra o câncer (Roland Magnusson/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 14h52.

Última atualização em 4 de dezembro de 2023 às 14h53.

A AstraZeneca, farmacêutica anglo-sueca que desenvolveu uma das principais vacinas contra covid-19, anunciou uma parceria com a Absci Corporation, empresa americana, em um acordo avaliado na casa dos US$ 247 milhões. O objetivo é desenvolver um anticorpo para combater o câncer, utilizando a inteligência artificial (AI) da Abscio para descobri um medicamentos ainda não imaginado por cientistas.

A colaboração entre as duas empresas é parte de um movimento crescente que une grandes companhias farmacêuticas e negócios emergentes de AI para desenvolver novos tratamentos para doenças e reduzir os custos associados ao seu desenvolvimento.

Sean McClain, fundador e CEO da Absci, ao anunciar o acordo, ressaltou que a aplicação de princípios de engenharia na descoberta de medicamentos aumenta as chances de sucesso e reduz o tempo de desenvolvimento.

O acordo inclui um pagamento inicial para a Absci, além de financiamento para pesquisa e desenvolvimento e pagamentos por marcos alcançados, assim como royalties sobre vendas de qualquer produto desenvolvido.

Com sede em Washington e um laboratório de pesquisa de AI em Nova York, a Absci gera dados proprietários medindo milhões de interações entre proteínas. Esses dados são utilizados para treinar seu modelo de AI generativo, projetando e validando anticorpos viáveis — proteínas que combatem substâncias estranhas no corpo.

Ainda não foi divulgado qual tipo específico de câncer será alvo dessa colaboração. O acordo faz parte dos planos ambiciosos da AstraZeneca de substituir a quimioterapia tradicional por uma nova geração de medicamentos direcionados.

Em outubro, a AstraZeneca anunciou os resultados de ensaios clínicos para novos tratamentos de câncer de pulmão e mama, considerados um "grande feito" pela empresa. Puja Sapra, vice-presidente sênior da AstraZeneca e líder em pesquisa e desenvolvimento de engenharia biológica, descreveu a colaboração com a Absci como uma "oportunidade empolgante" para utilizar a AI na criação de anticorpos.

Tratamentos antitumorais com diversas tecnologias têm sido um tema importante nas colaborações entre grandes multinacionais farmacêuticas e empresas menores que realizam pesquisas de ponta. Em setembro, a Moderna dos EUA firmou um acordo potencialmente superior a US$ 1,7 bilhão para desenvolver vacinas e terapias contra o câncer com a Immatics da Alemanha, que utiliza a tecnologia de receptor de células T para combater proteínas associadas ao câncer.

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