Inteligência Artificial

Apple na corrida da IA: vai ser suficiente para superar Microsoft e Google?

CEO da Apple minimiza riscos da inteligência artificial e promete ampliar investimentos na tecnologia

Publicado em 1 de agosto de 2025 às 08h45.

A Apple quer deixar claro para o mercado que não ficará para trás na corrida da inteligência artificial. Durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre fiscal, na última quinta-feira, 31, o CEO Tim Cook afirmou que a empresa pretende aumentar “significativamente” os investimentos em IA, tanto em capital quanto em número de pessoas.

A fala de Cook vem em meio a críticas de que a Apple estaria atrás de rivais como Microsoft, Google e Meta na integração da IA generativa em seus produtos.

Segundo o executivo, parte da estratégia da empresa inclui reorganizar equipes internas para priorizar recursos de IA e abrir espaço para aquisições — inclusive de grande porte. “Estamos muito abertos a fusões e aquisições que acelerem nosso roadmap”, afirmou. Ao todo, a empresa já comprou cerca de sete companhias menores neste ano.

Questionado sobre o risco de a IA tornar obsoletos dispositivos com telas, como o iPhone, Cook foi direto: “É difícil imaginar um mundo onde o iPhone não esteja presente”. Segundo ele, tecnologias baseadas em inteligência artificial tendem a complementar, e não substituir, o principal produto da empresa, de acordo com o site Business Insider.

Apple na corrida por IA

Apesar da confiança pública, o avanço em IA ainda não se traduz em lançamentos robustos. A Apple postergou o lançamento da nova versão da assistente Siri com IA generativa, e analistas veem a empresa em posição defensiva, enquanto rivais investem cifras agressivas: o Google prevê US$ 85 bilhões em capex para 2025, a Meta até US$ 72 bilhões, e a Microsoft, cerca de US$ 30 bilhões em apenas um trimestre.

A Apple, por sua vez, gastou US$ 3,46 bilhões no último trimestre, seu maior valor desde 2022, e projeta cerca de US$ 14 bilhões anuais, segundo informações do canal CNBC.

Ainda assim, Cook destacou que a Apple não depende apenas de grandes aquisições ou centros de dados próprios. A empresa adotou um modelo híbrido, em que parte da estrutura de IA é operada por parceiros externos, enquanto outra roda em servidores próprios com chips desenvolvidos internamente — chamados de Private Cloud Compute, com foco em privacidade e integração profunda com o ecossistema Apple.

Relatos da imprensa americana também apontam que a Apple mantém conversas com empresas como OpenAI, Anthropic e Perplexity AI para possíveis parcerias ou aquisições.

A Bloomberg chegou a publicar que a empresa considerou comprar a Perplexity, startup de busca por IA que pode ameaçar o domínio do Google como buscador padrão do sistema operacional da Apple.

Balanço positivo

Enquanto estrutura sua estratégia para IA, a companhia entregou números robustos no trimestre encerrado em junho.

A receita subiu 10% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 94 bilhões. O iPhone cresceu 13%, para US$ 44,6 bilhões, e o segmento de serviços — que inclui Apple TV+, iCloud e Apple Music — bateu recorde, com US$ 27,4 bilhões, alta de 13%.

As ações da Apple subiram 1,7% no pré-mercado desta sexta-feira, após o anúncio dos resultados e das promessas de reforço no investimento em inteligência artificial.

Segundo o CFO Kevan Parekh, os gastos não devem explodir, mas “crescerão substancialmente” nos próximos trimestres, acompanhando o esforço da empresa para reposicionar a Siri, modernizar o sistema iOS com IA e manter sua liderança no mercado premium.

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