Inteligência Artificial

Anthropic tem rota mais sólida que a OpenAI para tornar a IA lucrativa

Com foco no mercado corporativo, a Anthropic já alcança US$ 7 bilhões em receita anual, enquanto a OpenAI ainda busca um modelo sustentável de receita baseado no público geral

Com mais de 300 mil clientes ativos, cerca de 80% da receita da Anthropic vem de empresas, número que contrasta com os 30% da OpenAI (Getty Images)

Com mais de 300 mil clientes ativos, cerca de 80% da receita da Anthropic vem de empresas, número que contrasta com os 30% da OpenAI (Getty Images)

Publicado em 28 de outubro de 2025 às 09h47.

OpenAI e Anthropic são duas das principais empresas de inteligência artificial generativa, as quais, apesar de concorrentes, possuem raízes comuns, já que os fundadores da segunda são ex-funcionários da primeira. No entanto, enquanto a desenvolvedora do ChatGPT conta com mais usuários e maior receita, é o foco do modelo de negócio da Anthropic, voltado para o setor empresarial, que coloca a criadora do Claude em uma rota mais sólida para tornar a IA sustentável e, futuramente, lucrativa.

Focada em clientes corporativos, a Anthropic já atingiu receita anual de US$ 7 bilhões e deve chegar a US$ 9 bilhões até o fim de 2025, aproximando-se da líder do setor em faturamento (a OpenAI prevê US$ 13 bilhões nesse mesmo período), mas com uma base de usuários mais segmentada e lucrativa.

Enquanto a OpenAI concentra sua estratégia em produtos voltados ao público geral — como o ChatGPT, que, segundo a empresa, registra mais de 800 milhões de usuários semanais —, a Anthropic aposta em contratos corporativos. Com mais de 300 mil clientes ativos, cerca de 80% de sua receita vem de empresas, número que contrasta com os 30% da rival.

Essa especialização fez com que a Anthropic ultrapassasse a OpenAI em participação de mercado no segmento empresarial. Segundo pesquisa da Menlo Ventures, que já investiu na criadora do Claude, a companhia detém 42% do mercado de IA aplicada à programação, contra 21% da OpenAI. Nos usos corporativos gerais, a diferença também favorece a Anthropic — 32% ante 25%. Em 2023, o cenário era bem diferente: 50% para a OpenAI e apenas 12% para a rival.

Outra similaridade entre as duas é o apoio de big techs para fornecimento de infraestrutura e poder computacional: a OpenAI tem uma longa parceria com a Microsoft, que recentemente também firmou contrato para integrar o Claude a seus produtos, enquanto a Anthropic é apoiada por Amazon e Google.

Cabe notar, ainda, que o próprio Google é concorrente no mercado e está crescendo cada vez mais no segmento corporativo. Em 2023, a empresa detinha 7% de participação, número que subiu para 20% neste ano (apenas 5% a menos que a OpenAI). Além disso, o Google também disputa o segmento de consumidores individuais e tem um sólido negócio baseado em publicidade digital.

Concorrência entre gigantes da IA

A OpenAI, por outro lado, busca consolidar um modelo de receita escalável baseado no público geral. Além de oferecer acesso gratuito, mas com limitações de uso, a empresa disponibiliza planos pagos que variam de US$ 20 a US$ 200 mensais. No entanto, ela ainda enfrenta custos elevados com infraestrutura e o desafio de monetizar seus produtos sem recorrer à publicidade invasiva.

Nesse cenário, a criadora do ChatGPT vem apostando em planos mais acessíveis para países com grandes populações e onde já possui uma base de usuários considerável, como Brasil e Índia.

Analistas, no entanto, apontam que, enquanto a OpenAI investe pesadamente em infraestrutura e firma acordos incomuns, envolvendo investimentos e contratos para garantir capacidade computacional com valores próximos a US$ 1,5 trilhão, a Anthropic segue um caminho mais previsível e sustentável para transformar a IA em um negócio lucrativo.

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