Inteligência Artificial

Anthropic prevê lucro já em 2028; OpenAI só deve ser lucrativa em 2030

Com estratégias opostas, Anthropic aposta em crescimento sustentável e vendas corporativas, enquanto OpenAI amplia investimentos bilionários em chips, data centers e novos produtos

Apesar disso, a OpenAI segue como a empresa de IA mais valiosa do mercado, com avaliação de US$ 500 bilhões; Anthropic está avaliada em US$ 183 bilhões (Getty Images)

Apesar disso, a OpenAI segue como a empresa de IA mais valiosa do mercado, com avaliação de US$ 500 bilhões; Anthropic está avaliada em US$ 183 bilhões (Getty Images)

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 12h00.

Enquanto a OpenAI lidera o mercado de inteligência artificial voltado ao público geral, com o ChatGPT já sendo usado por mais de 800 milhões de usuários semanais, a estratégia adotada pela Anthropic, criadora do Claude, pode levar a equilíbrio nas contas e lucro já em 2028. A rival, por outro lado, só deve alcançar a lucratividade em 2030.

Além disso, a OpenAI prevê prejuízo operacional de US$ 74 bilhões em 2028 – o equivalente a quase três quartos de sua receita estimada –, devido ao expressivo aumento dos gastos com capacidade computacional.

A diferença central, segundo reportagem do Wall Street Journal, está na estratégia de crescimento. A Anthropic tem sido mais cautelosa e controla seus custos em ritmo proporcional à receita, com foco em vendas para empresas, que já respondem por 80% do faturamento atual. Em 2025, espera queimar US$ 3 bilhões com uma receita de US$ 4,2 bilhões. Após cair para um terço em 2026, a taxa de queima deve diminuir para 9% em 2027.

Em contraste, a OpenAI planeja queimar aproximadamente US$ 9 bilhões em 2025, com US$ 13 bilhões em vendas — também cerca de 70% da receita. No entanto, seus custos devem crescer em ritmo mais acelerado que os da Anthropic. Em 2026, a queima de caixa ainda representará 57% da receita, percentual que se mantém em 2027.

O motivo: a empresa de Sam Altman investe agressivamente em chips, data centers e novos produtos como o app de vídeo Sora, o navegador com IA Atlas, recursos de e-commerce, dispositivos voltados ao consumidor final e até robôs humanoides.

Em um post no X (antigo Twitter), Altman disse recentemente que “o risco de não ter capacidade de computação suficiente é mais significativo e mais provável do que o de ter em excesso”. Segundo o CEO, a OpenAI já fechou acordos que podem somar até US$ 1,4 trilhão em compromissos com nuvem e chips para os próximos oito anos.

Esses compromissos – muitos com cláusulas atípicas e estruturas circulares, em que fornecedores, investidores e clientes estão interligados – geram receio de que a startup não consiga arcar com os custos contratados ou que o mercado enfrente uma correção de rota com impactos além do setor de IA.

Investidores apostam em estratégias opostas

Apesar disso, a OpenAI segue como a empresa de IA mais valiosa do mercado. Atualmente, sua avaliação está em US$ 500 bilhões, com expectativas de que sua abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) eleve o valor para US$ 1 trilhão.

Fundada há quatro anos por ex-funcionários da própria OpenAI, a Anthropic, liderada por Dario Amodei, está avaliada em US$ 183 bilhões. Ambas contam com o apoio dos três maiores players de nuvem: Microsoft, no caso da OpenAI, e Google e Amazon, ambos investidores da criadora do Claude.

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