Inteligência Artificial

Amazon terá novo data center com oferta de bilhões de litros de água por ano para resfriamento

Com área equivalente a 680 campos de futebol, complexo em Indiana, nos EUA, bastecerá a Anthropic, rival da OpenAI

Amazon planeja expandir complexo para cerca de 30 data centers ao longo dos próximos anos (picture alliance/Getty Images)

Amazon planeja expandir complexo para cerca de 30 data centers ao longo dos próximos anos (picture alliance/Getty Images)

Publicado em 24 de junho de 2025 às 12h08.

Última atualização em 24 de junho de 2025 às 12h09.

Há pouco mais de um ano, a região de New Carlisle, no estado americano de Indiana, abrigava apenas plantações de milho. Agora, a Amazon constrói ali um dos maiores complexos de data centers dos Estados Unidos, com sete unidades do tamanho de estádios esportivos e planos de expansão para chegar a 30. Todas serão dedicadas a um único cliente: a Anthropic, criadora da inteligência artificial Claude.

O complexo ocupará uma área equivalente a 680 campos de futebol e deve consumir bilhões de litros de água por ano para resfriar os chips de IA, além de exigir 2,2 gigawatts de eletricidade — o suficiente para abastecer 1 milhão de residências nos EUA.

O investimento faz parte do Project Rainier, plano ambicioso da Amazon que prevê instalações também no Mississippi e, possivelmente, na Carolina do Norte e na Pensilvânia. A iniciativa reflete a corrida de grandes empresas de tecnologia para criar infraestrutura dedicada à inteligência artificial, uma demanda que se intensificou após o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, em 2022.

Com o aumento da complexidade dos modelos de linguagem, como os usados em assistentes virtuais e ferramentas de automação, cresce também a necessidade por servidores especializados e estrutura física para comportar esse poder computacional. O projeto da Amazon é um dos maiores já anunciados nesse setor.

Infraestrutura sob medida para IA avançada

A Anthropic, que já recebeu US$ 8 bilhões em investimentos da Amazon, será a única cliente do novo centro. A ideia é oferecer capacidade de processamento suficiente para que a startup treine seus modelos de IA em um único local, reduzindo custos operacionais e melhorando o desempenho.

A parceria é fruto de uma colaboração que começou em 2015, com a compra da Annapurna Labs pela Amazon. Desde então, a empresa desenvolveu chips próprios, como o Trainium 2, voltado para tarefas de aprendizado de máquina, que será utilizado nesses data centers.

Fundada por ex-funcionários da OpenAI, a Anthropic busca desenvolver modelos de IA com raciocínio próximo ao humano. Ao oferecer infraestrutura dedicada, a Amazon se posiciona como pilar da nova geração de tecnologias de inteligência artificial — em um cenário marcado por disputas por potência computacional entre gigantes como Meta, Microsoft e Google.

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