Robôs bípedes em fase de testes movem contêineres durante uma demonstração de manipulação móvel no evento "Delivering the Future" da Amazon no BFI1 Fulfillment Center da empresa, Robotics Research and Development Hub em Sumner, Washington (JASON REDMOND/Getty Images)
Redatora
Publicado em 11 de março de 2025 às 13h08.
Última atualização em 11 de março de 2025 às 13h09.
A Amazon está testando o uso de sistemas avançados de robôs como parte do esforço para aumentar a eficiência em armazéns, segundo o Financial Times. Os robôs têm assumido um papel cada vez maior nas redes de armazém da empresa, o que foi possibilitado pela incorporação de inteligência artificial.
No caso da Amazon, o aumento em robótica e IA faz parte de um investimento de US$ 100 bilhões neste ano. A companhia é um dos maiores usuários do mundo de robôs industriais, mas levou dez anos para chegar nesse ponto.
A companhia tem feito mais investimentos em robótica nos armazéns a partir de IA. As unidades de Proteus, por exemplo, utilizam a tecnologia para permitir que o sistema processe seu campo de visão em tempo real, o que permite navegação no espaço junto com trabalhadores humanos.
Desde que adquiriu a startup Kiva em 2012, a Amazon expandiu o uso de robôs de forma significativa. A startup foi renomeada para Amazon Robotics e, desde então, entregou mais de 750 mil dispositivos móveis e dezenas de milhares de braços robóticos e sistemas autônomos.
O primeiro robô móvel em um armazém da Amazon foi chamado de Kiva e era responsável por levantar e mover prateleiras. O sistema evoluiu para robôs Hércules e Titãs, alguns capazes de levantar mais de uma tonelada.
O objetivo do uso de robôs nos armazéns é reduzir custos e acelerar as entregas de produtos. Um armazém aberto no estado de Luisiana (EUA) no ano passado tem dez vezes mais pedaços de equipamentos robóticos do que versões anteriores, o que resultou em uma redução de 25% dos custos de processamento de pedidos.
A companhia tem implementado robótica em cada etapa de seu processo de atendimento, mas a empresa diz que trabalhadores humanos continuam a desempenhar um papel em suas operações.
Em entrevista para o Financial Times, a diretora do Centro para Transportes e Logísticas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Eva Ponce, disse que a tecnologia tem substituído alguns funcionários, mas também adicionado novas oportunidades de trabalho que incluem maior formação. O grupo disse que investiu US$ 1,2 bilhão desde 2019 para treinar funcionários em papéis de manutenção.
Os empregados da Amazon ainda precisam lidar com pacotes em formatos diferentes ou que foram catalogados de forma imprópria. Também atuam no caso de itens retornados que precisam de inspeção.
No entanto, as condições de trabalho em armazéns têm sido fonte constante de tensão entre a companhia e representantes de trabalhadores, que fazem alertas a respeito do aumento do ritmo de trabalho e os possíveis danos causados pelo esforço para além dos limites considerados seguros.
Já a Amazon argumenta que IA e robótica tem um papel importante em aumentar a segurança a partir de melhor ergonomia e na redução da necessidade de carregar objetos pesados.