Nvidia garantiu que seus produtos passam por rigorosos testes de segurança e que não há meios para espionagem ou controle remoto em seus produtos (Justin Sullivan/Getty Images)
Redator
Publicado em 6 de agosto de 2025 às 09h39.
A Nvidia se posicionou contra as preocupações de segurança levantadas pelo governo chinês e um projeto de lei dos Estados Unidos que sugere a inclusão de mecanismos de rastreamento em chips vendidos para o exterior. Em resposta, a empresa publicou uma série de esclarecimentos em seu blog, afirmando que seus produtos são seguros e não contêm funções de controle remoto, como sugerido por alguns críticos.
Com mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de processadores, a Nvidia refutou a ideia de incluir backdoors (meios de acesso secreto a sistemas) ou kill switches (dispositivos que podem desativar chips remotamente sem o consentimento do usuário) em seus chips.
Segundo a empresa, tais funções são contra os princípios de segurança e confiabilidade que regem a indústria de tecnologia. Além disso, eles poderiam criar vulnerabilidades exploráveis por hackers, comprometendo toda a infraestrutura digital. “A lei consolidada sabiamente exige que as empresas corrijam vulnerabilidades — não as criem”, afirmou a Nvidia em seu post.
Como exemplo, ela citou o Clipper Chip, um projeto do governo dos EUA nos anos 1990 que tentou implementar uma forte criptografia enquanto mantinha backdoor governamental. A iniciativa não teve sucesso justamente por criar uma estrutura centralizada que permitia a exploração de suas falhas, o que minou a confiança do público. Assim como essa tentativa fracassada, a introdução de brechas de segurança nos chips atuais comprometeria a confiança dos usuários.
Além disso, a empresa ressaltou que recursos como "encontrar meu celular" ou "limpeza remota", usados em smartphones, não são comparáveis a um kill switch em hardware. Esses recursos de software são controlados pelo usuário, ao contrário de um dispositivo que seria controlado remotamente, sem consentimento, representando um grande risco.
Embora não tenha se referido diretamente ao modelo de chip H20, desenvolvido para o mercado chinês e no centro das preocupações dos dois países, a Nvidia garantiu que seus produtos passam por rigorosos testes de segurança e que não há meios para espionagem (spyware) ou backdoors em seus chips.
Com isso, empresa reafirmou seu compromisso com a segurança dos usuários, destacando que a implementação de falhas de segurança permanentes em seus produtos comprometeria a confiança dos consumidores e teria impactos negativos nos interesses econômicos e de segurança nacional dos EUA.
A Nvidia também enfatizou que existem outras ferramentas governamentais para proteger países, consumidores e a economia, mas ressaltou: "Enfraquecer deliberadamente a infraestrutura crítica não deveria nunca ser uma delas".
Anteriormente, poucos dias antes do governo dos EUA mudar de postura e reverter a proibição de exportações para a China, o CEO da empresa, Jensen Huang, já havia afirmado que não era necessário se preocupar com o uso militar de tecnologias da Nvidia, argumentando que o país asiático não confiaria nelas para um setor estratégico e crucial como esse.