A gigante chinesa Alibaba lançou nesta quinta-feira, 6,  seu novo modelo de inteligência artificial, o QwQ-32B, que promete entregar desempenho comparável ao DeepSeek-R1 e superar o OpenAI-o1-mini, mas com um custo muito menor. O anúncio impulsionou as ações da empresa, que fecharam em alta de 8% na Bolsa de Hong Kong.

O movimento reforça uma tendência que já vinha se desenhando: se o DeepSeek já havia baixado a régua do custo de treinamento de IAs avançadas, o Alibaba foi além, oferecendo um modelo de apenas 32 bilhões de parâmetros contra os 671 bilhões do DeepSeek-R1 – e, ainda assim, atingindo resultados similares em benchmarks de matemática, programação e raciocínio lógico.

O QwQ-32B foi desenvolvido pela equipe Qwen, divisão de IA da Alibaba, e utiliza aprendizado por reforço (RL) para aprimorar sua capacidade de resolução de problemas complexos. Ele está disponível em código aberto na plataforma Hugging Face, o que permite que empresas o utilizem para produtos comerciais sem restrições de licença.

A Alibaba afirma que seu novo modelo representa um "salto qualitativo" em áreas como matemática, codificação e habilidades gerais de raciocínio. Além disso, por ser um modelo menor, o QwQ-32B exige menos infraestrutura para rodar – uma vantagem significativa para empresas que buscam adotar IA sem gastar milhões em hardware.

O efeito DeepSeek e a pressão sobre a OpenAI

O DeepSeek-R1 surpreendeu o mercado em janeiro ao mostrar que um modelo de raciocínio robusto poderia ser treinado a um custo drasticamente inferior ao dos concorrentes ocidentais. O impacto foi imediato: investidores voltaram a apostar nas empresas chinesas, e o índice Hang Seng China Enterprises já subiu mais de 30% desde então.

Agora, com o lançamento do QwQ-32B, o Alibaba amplia essa revolução ao oferecer um modelo ainda mais acessível, sinalizando que a corrida da IA não será vencida apenas pelo maior poder de processamento, mas também pela eficiência na construção dos modelos.

Bilhões para IA e computação em nuvem

O lançamento do QwQ-32B acontece em meio a um forte movimento de investimentos na China. Na última semana, o Alibaba anunciou um aporte de US$ 52,4 bilhões em infraestrutura de IA e computação em nuvem nos próximos três anos – um valor superior ao que a empresa investiu nessas áreas na última década inteira.

Além disso, na quarta-feira (26), o governo chinês reforçou o compromisso com o avanço de setores estratégicos como inteligência artificial, robótica e computação quântica, sinalizando que a batalha contra os EUA no setor de tecnologia deve se intensificar.