Sam Altman e Satya Nadella: CEOs de OpenAI e Microsoft (Justin Sullivan/Getty Images)
Redator
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 13h58.
A OpenAI e a Microsoft anunciaram nesta quinta-feira, 11, um acordo preliminar para revisar sua parceria. O memorando de entendimento abre caminho para que a criadora do ChatGPT avance em uma reestruturação corporativa com fins lucrativos, a qual é aguardada por investidores e considerada essencial para sustentar a necessidade crescente de capital da empresa.
Ainda que preliminar, esse acordo reduz as recentes tensões na relação entre as duas companhias, uma das mais estratégicas do setor de tecnologia. Principal apoiadora desde 2019, a Microsoft investiu bilhões em acesso preferencial à tecnologia da OpenAI.
Entretanto, nos últimos anos, os atritos se intensificaram à medida que a startup cresceu, buscou mais capacidade de computação — além do que a parceira conseguia fornecer — e passou a disputar clientes diretamente. A Microsoft, por sua vez, também tem diversificado os modelos de inteligência artificial integrados a seus produtos.
Além do plano para reestruturar a OpenAI, que requer aval da investidora, as divergências entre as duas empresas incluem também cláusulas sobre o acesso da Microsoft a modelos avançados caso fosse atingida a chamada “inteligência artificial geral”, conceito até hoje sem definição clara.
Com o novo entendimento, cada lado conquistou parte do que buscava: a Microsoft garante acesso contínuo à tecnologia da OpenAI, enquanto a startup ganha liberdade para avançar na reestruturação e buscar outros provedores de nuvem.No entanto, a reestruturação ainda depende de aprovação regulatória. Críticos, incluindo instituições filantrópicas, pedem que ela seja barrada. Em um contexto de crescente pressão política na Califórnia, a startup até cogita mudar de estado para seguir com a mudança de sua estrutura. Elon Musk, um dos fundadores da OpenAI, também já entrou na justiça contra a reestruturação.
Fundada como entidade sem fins lucrativos, a OpenAI criou depois uma subsidiária de lucro limitado para atrair investidores. O plano agora é se transformar em uma public benefit corporation, modelo que permite equilibrar retorno financeiro e objetivos sociais.
Segundo Bret Taylor, presidente do conselho da startup, apesar da mudança, a entidade sem fins lucrativos continuará no controle e manterá participação avaliada em mais de US$ 100 bilhões. Ele acrescentou que seguem em andamento negociações com procuradores da Califórnia e de Delaware, estados onde a OpenAI está, respectivamente sediada e legalmente registrada.