Inteligência Artificial

A OpenAI está desesperada por um IPO? E por que isso pode acontecer mais cedo do que se imagina

A empresa pode precisar de uma abertura de capital para sustentar seu crescimento, somado aos desafios financeiros e estruturais

O IPO da OpenAI: cada vez mais próximo

O IPO da OpenAI: cada vez mais próximo

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 15h20.

Última atualização em 30 de agosto de 2024 às 20h54.

A OpenAI, criadora do ChatGPT, pode estar mais próxima de um IPO do que muitos esperam. Com uma arrecadação privada recente de mais de US$ 1 bilhão liderada pela Thrive Capital, de Joshua Kushner, e possivelmente com apoio de Nvidia e Apple, a empresa está avaliada em mais de US$ 100 bilhões. No entanto, a necessidade crescente de capital, aliada a desafios financeiros, pode pressionar a OpenAI, criando uma certo desespero pela tortuasa via de abertura de capital.

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O cenário da revolucionária empresa de IA é bastante singular. Ao contrário das últimas gigantes que foram lançadas ao topo rapidamente, como a chinesa ByteDance, que é altamente lucrativa e consegue evitar o IPO, a OpenAI ainda está distante de gerar lucros substanciais. O aumento dos custos com servidores em nuvem, treinamento de modelos e despesas com funcionários tornam o fluxo de caixa da empresa negativo, o que pode torná-la dependente de grandes injeções de capital.

Outro fator importante é que, apesar da recente captação liderada pela Thrive Capital, a disponibilidade de capital privado para a OpenAI não parece ser infinita. A realização de uma “rodada interna” levanta questionamentos sobre o interesse dos investidores em injetar capital a essa altura. Além disso, a possibilidade de captar recursos diretamente de fundos soberanos do Oriente Médio pode gerar tensões com o governo dos EUA, um ponto sensível para a empresa.

Antes de um eventual IPO, no entanto, a OpenAI precisará passar por uma reestruturação significativa. Atualmente, a empresa é uma entidade sem fins lucrativos com um braço lucrativo, o que exige ajustes para entrar no mercado público. Uma opção em consideração é a transformação em uma public benefit corporation, um modelo adotado por empresas como Warby Parker e Allbirds.

A recente contratação de Sarah Friar como CFO, que liderou o IPO da Square e depois da Nextdoor, indica que a OpenAI está se preparando para essa possibilidade. Friar tem a experiência necessária para enfrentar os desafios de auditorias, previsões financeiras e mudanças na governança.

Com o cenário de taxas de juros incerto e a necessidade de mais capital, um IPO pode ser a melhor solução para a OpenAI garantir os recursos necessários para continuar inovando no campo da inteligência artificial.

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Milhões usam assistentes de IA — mesmo sem perceber

O uso de assistentes de IA continua a crescer rapidamente, com o Meta Platforms registrando 40 milhões de usuários ativos diários para seu assistente de IA em agosto. A OpenAI, por sua vez, atingiu a marca de 200 milhões de usuários semanais para o ChatGPT, o dobro do número de um ano atrás. Esses números são impressionantes, mas ainda é cedo para avaliar o impacto real e o retorno desses usuários.

Algumas plataformas, como a Meta, podem estar inflando esses números ao integrar os assistentes de IA em funcionalidades como a barra de pesquisa, o que pode levar a um uso não intencional.

Além disso, experimentos com chatbots, como o Gemini da Google, nem sempre resultam em uma experiência satisfatória, como demonstrado em testes recentes onde o assistente não cumpriu suas promessas de retorno.

Apesar dos números expressivos, ainda é necessário cautela ao interpretar o sucesso desses assistentes, pois nem todos os usuários retornam após as primeiras interações.

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