Redação Exame
Publicado em 4 de junho de 2024 às 14h38.
Última atualização em 5 de junho de 2024 às 09h47.
No mês de abril, a plataforma Fanvue, que disponibiliza conteúdo para assinantes feito por inteligência artificial (IA), lançou o "primeiro concurso de beleza para criadores de IA do mundo". Na última segunda-feira, 3, foram anunciados os 10 semifinalistas do concurso. Ao todo, foram 1.500 IAs inscritas, todas competindo por um pacote de prêmios avaliado em cerca de US$ 20.000.
Para ser uma ideia de como funciona esse universo, considere o perfil do avatar Seren Ay, que ganhou popularidade na Túrquia ao ser retratada realizando trabalhos tradicionalmente atribuídos aos homens em seu país, como eletricista ou bombeira.
Também Aiyana Rainbow, uma suposta motociclista/DJ romena cujos criadores decidiram que ela não possui gênero. E Kenza Layli, uma influenciadora do Marrocos que usa um véu sobre a cabeça e fala sobre liberdade feminina em um país onde as tradições delimitam o que uma mulher pode ou não fazer.
Todas as criações se comportam como influenciadores digital e promovem marcas e vendem outros tipos de conteúdo em plataforma de assinantes como o Onlyfans.
E faz sentido do ponto de vista das marcas que patrocinam as IAs. Uma pesquisa recente, feita nos EUA e Reino Unidos, mostrou que os entrevistados da Geração Z estavam "mais propensos" a se interessar por uma marca se soubessem que ela tinham um avatar digital.
Ainda assim, há pontos controversos no universo da beleza artificial. Embora os finalistas da Fanvue abranjam uma diversidade de origens, todos eles seguem um certo padrão de rostos e corpos, bastante artificial, diga-se.
Também, são em maioria mulheres de perfil atlético e que demonstram ter uma personalidade extrovertida, que expõe a vida pessoal e que falam sobre tópicos bastante abrangentes. A ideia, claro, é convencer todo o tipo de audiência e não se distanciar do que fazem os influenciadores do mundo real.