Inteligência Artificial

A jogada de Larry Ellison: Oracle atinge US$ 455 bilhões em contratos de IA

O pipeline de contratos da empresa saltou de US$ 138 bilhões para US$ 455 bilhões em três meses

Larry Ellison: aos 81 anos, bilionário mantém a maior parte da fortuna ligada à Oracle (Andrew Harnik/Getty Images)

Larry Ellison: aos 81 anos, bilionário mantém a maior parte da fortuna ligada à Oracle (Andrew Harnik/Getty Images)

Publicado em 11 de setembro de 2025 às 11h04.

A Oracle se tornou a mais recente vencedora na onda de apostas de Wall Street em inteligência artificial. Nesta semana, o cofundador Larry Ellison e a CEO Safra Catz revelaram que o volume de contratos da empresa para fornecer poder computacional a grupos de IA disparou para US$ 455 bilhões, ante US$ 138 bilhões três meses antes.

A escala da expansão surpreendeu investidores e fez as ações da Oracle avançarem 36% na quarta-feira, atingindo um recorde histórico. O movimento chegou a colocar Ellison momentaneamente à frente de Elon Musk como o homem mais rico do mundo.

Grande parte do futuro negócio de IA da Oracle está atrelada a um acordo de cinco anos com a OpenAI, dona do ChatGPT, avaliado em US$ 300 bilhões, segundo informações do Wall Street Journal.

Aposta do fundador

Criticado no passado por ter subestimado a importância da nuvem, Larry Ellison agora se reposiciona como um dos protagonistas da corrida da inteligência artificial. Para sustentar essa aposta, Ellison tem investido em tecnologia própria com o objetivo de reduzir custos e reforçar a Oracle como fornecedora relevante de infraestrutura.

A empresa também passou a contratar veteranos de gigantes como Amazon, Google e Microsoft, além de priorizar servidores dedicados a clientes que desenvolvem modelos proprietários de IA.

O movimento se refletiu em novos contratos. Segundo o Financial Times, a Oracle fechou acordos com Meta, xAI e Nvidia, além de ampliar a parceria com a ByteDance, dona do TikTok, para armazenar dados da operação americana.

A empresa firmou ainda parceria com a OpenAI e o SoftBank no projeto Stargate, estimado em US$ 500 bilhões, para construir um data center de 2 gigawatts no Texas.

Desafios da Oracle

A dependência da OpenAI, que ainda opera no prejuízo, levanta questionamentos sobre a sustentabilidade da estratégia da Oracle. Parte relevante do crescimento projetado depende do sucesso da startup em levantar novos recursos, algo que exigiria centenas de bilhões de dólares em capital adicional, segundo o Financial Times.

Analistas ouvidos pelo jornal também questionam como a Oracle conseguirá financiar os investimentos bilionários em data centers e, sobretudo, gerar retorno em um setor de margens estreitas. Trata-se de um mercado altamente competitivo, no qual diversas empresas disputam contratos oferecendo capacidade de computação baseada nos chips da Nvidia, peça-chave para treinar e operar modelos avançados de inteligência artificial.

Além disso, o Financial Times ressalta que permanece incerto se a Oracle conseguirá entregar, em escala, a infraestrutura que prometeu a clientes. Brent Thill, analista do banco Jefferies, observou que o discurso da companhia ainda soa como um grande “confie em nós”, em referência à magnitude dos projetos que estão apenas começando a sair do papel.

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