Inteligência Artificial

A inteligência artificial vai matar o Google? Como será o futuro da busca de informações

As inovações em inteligência artificial prometem transformar o modo como procuramos informações na internet, mas o player mais estabelecido tem as maiores chances de controlar a forma como isso vai acontecer

Sundar Pichai: CEO do Google (ALAIN JOCARD/Getty Images)

Sundar Pichai: CEO do Google (ALAIN JOCARD/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 26 de março de 2024 às 14h42.

Última atualização em 10 de abril de 2024 às 15h05.

À medida que ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA), como ChatGPT, Google Gemini e Microsoft Copilot, ganham terreno na precisão e eficácia, novas pergunta surgem sobre o impacto que traram. Entre um bug e outro, uma alucinação e uma referência desatualizada, o que parece ser o caminho para boa parte delas é esticar o horizonte dos motores de busca como o Google e Bing.

Há empresas emergentes na jogada, como a Perplexity e You.com, que se apresentam como pioneiras na próxima geração de produtos de busca. A promessa é ser a alternativa às tradicionais listas patrocinadas de links azuis, com o que a IA puder acrescentar.

Entretanto, substituir ou mesmo competir com o Google não se resume apenas a oferecer respostas diretas a perguntas complexas. O verdadeiro teste para essas novas ferramentas de IA é replicar a versatilidade do Google, que não só facilita a introdução à novos assuntos, e até aos para pesquisa de temas complexos, como também serve para tarefas cotidianas simples, ajudando um usuário no ato de executar uma tarefa.

Imagine requisitar a informação de uma conta de internet em um PDF no email, e depois pedir por um levantamento de operadoras com preços e condições melhores para realizar a migração.

É nesse ponto que a IA pode chegar. Mas é nesta multifuncionalidade, atendendo a bilhões de solicitações diariamente, que permanece o grande desafio para os "assassinos do Google".

Uma análise realizada com a lista das consultas mais pesquisadas no Google revelou que, embora as ferramentas de IA possam oferecer informações úteis, elas ainda lutam para igualar a rapidez e precisão do gigante das buscas.

Nas buscas navegacionais, por exemplo, o Google quase sempre entrega o site desejado imediatamente, enquanto as ferramentas de IA tendem a demorar mais, fornecendo informações adicionais nem sempre necessárias.

Quando se trata de consultas por informações específicas, a situação é mista. Para informações em tempo real, como resultados esportivos, o desempenho das ferramentas de IA é inconsistente, enquanto o Google geralmente fornece respostas rápidas e precisas, juntamente com informações complementares úteis.

Em buscas por informações mais permanentes, como datas comemorativas ou fatos científicos, as ferramentas de IA às vezes superam o Google ao adicionar contextos úteis às suas respostas, embora a confiabilidade dessas informações ainda varie.

Para consultas exploratórias, que não têm uma única resposta certa e servem como ponto de partida para uma pesquisa mais aprofundada, as ferramentas de IA mostram potencial, oferecendo respostas sintetizadas e facilitando o acesso a fontes originais.

No entanto, mesmo nesse aspecto, a simplicidade e eficiência do Google em fornecer não apenas links, mas um sistema quase operacional completo para navegação na web, permanece insuperável.

A verdadeira questão não se limita à capacidade técnica, mas sim à habilidade de reinventar a experiência do usuário, algo que as big techs consegue fazer com maestria mesmo quando a solução seja comprar o concorrente inovador.

As ferramentas baseadas em modelos de linguagem de grande escala, embora promissoras, ainda precisam evoluir significativamente para competir com a eficácia e rapidez que os usuários esperam dos motores de busca na era digital. E nesse mundo, o rei é o gigante Google e eles está bem protegido.

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