IA Fórum Brasil 2025, agentes de IA e transformação digital. (Getty Images/Reprodução)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 5 de junho de 2025 às 12h04.
“Hoje, a Inteligência Artificial não é mais um tema exclusivo da área de tecnologia, ela está em todos os lugares, transformando como fazemos negócios.” A frase de Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil e Líder de IBM Technology, abre a reflexão sobre uma das maiores revoluções do mundo corporativo: a chegada dos agentes de IA, sistemas inteligentes que automatizam tarefas complexas e tomam decisões com autonomia, mudando para sempre a dinâmica das empresas.
Essa transformação foi o centro das discussões do IA Fórum Brasil 2025, realizado nesta quinta-feira, 5, na terceira edição da parceria entre IBM, empresa global de tecnologia e consultoria e EXAME.
O evento reuniu especialistas, executivos e líderes para debater como a inteligência artificial está deixando de ser apenas uma ferramenta técnica para se tornar o motor que impulsiona a inovação, a produtividade e a competitividade das organizações brasileiras.
Marcelo Braga destacou que, apesar de 99% dos dados das empresas ainda não estarem preparados para serem usados por IA, o potencial da tecnologia é gigantesco.
Ele apontou quatro tendências que estão moldando essa nova fase: a especialização dos modelos de IA por domínio, a democratização da criação de agentes com pouco ou nenhum código, a adoção de estratégias abertas e híbridas para garantir segurança e inovação, e o compromisso com a governança para orquestrar múltiplos agentes dentro das empresas.
Mas a revolução da IA não é só para os técnicos. “Quase metade dos trabalhadores ainda não está preparado para usar IA no trabalho”, alertou Dante Freitas, professor da Singularity University Brasil.
Para ele, a democratização da IA passa também pela capacitação e pelo incentivo à curiosidade de todos os profissionais. “Todo mundo deveria fazer um treinamento obrigatório, com iniciativa e vontade de aprender”, completou Renan Hannouche, também professor da Singularity University.
No painel mediado por Thiago Viola, diretor de IA e dados da IBM Brasil, o foco foi o impacto dos agentes de IA no mercado. Ele trouxe dados que mostram que 85% das empresas brasileiras devem adotar algum tipo de IA até o final do ano. “O que antes era feito com vários cliques, hoje é feito por assistentes inteligentes”, explicou.
Mas, para que a tecnologia funcione de forma responsável e eficiente, as empresas precisam enfrentar desafios como a gestão dos modelos, o controle dos custos e a escalabilidade dos agentes.
Entre as novidades apresentadas, o lançamento do WatsonX Orchestrate chamou atenção. Essa plataforma da IBM permite criar, orquestrar e governar agentes de IA especializados de forma simples e rápida, inclusive com ferramentas no-code, que dispensam conhecimento técnico avançado. “Todas as empresas precisam criar seu próprio agente com um clique”, destacou Braga.
Casos reais mostraram que a tecnologia já está fazendo a diferença. No Sicredi, por exemplo, mais de 40% dos colaboradores usam agentes baseados em modelos de linguagem, o que aumentou a produtividade da equipe de TI em mais de 15%.
No Banco Inter, o assistente virtual “Babi” evoluiu de responder perguntas simples para atender clientes via WhatsApp, melhorando a experiência do usuário.
O IA Fórum Brasil 2025 deixou claro que a inteligência artificial, especialmente por meio dos agentes, não é mais uma promessa distante, mas uma realidade que está transformando negócios e profissões.
Agora, o desafio é preparar pessoas e organizações para aproveitar todo esse potencial com responsabilidade e inovação.
O AI Fórum Brasil 2025 contou com a participação de líderes e especialistas renomados, entre eles:
Marcelo Braga (Presidente da IBM Brasil)
Marcelo Flores (Gerente Geral da IBM Consulting Brasil)
Claudia Nolla (Executiva de Estratégia e Transformação Digital com IA da IBM Consulting)
Thiago Viola (Diretor de IA e Dados da IBM Brasil)
Alexandre Pigatti (Head de IA e Democratização de Dados da Vale)
Mark Stewart Mello (Banco Inter)
Dante Freitas e Renan Hannouche (Singularity University Brasil)
Franco Bria (Sicredi)
Adriano Mussa (Reitor da EXAME Educação e Saint Paul)