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A culpa é da IA? Por que a Amazon vai demitir 14 mil funcionários

Em teleconferência com analistas, o CEO Andy Jassy afirmou por que a decisão foi tomada

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 31 de outubro de 2025 às 07h59.

A Amazon confirmou um novo corte de cerca de 14 mil empregos corporativos, o maior desde sua fundação.

Em teleconferência com analistas, o CEO Andy Jassy afirmou que a decisão não foi motivada por dificuldades financeiras nem por substituição de funções por inteligência artificial (IA), mas por uma reestruturação interna voltada à cultura e velocidade operacional da companhia.

“Não foi algo impulsionado por finanças, nem por inteligência artificial — pelo menos, não neste momento. É sobre cultura”, disse o executivo.

Segundo Jassy, o enxugamento tem como objetivo tornar a empresa mais ágil e menos burocrática, diante da complexidade gerada pelo crescimento acelerado dos últimos anos.

A medida pode, segundo reportagens da Bloomberg e The Information, atingir até 30 mil cargos corporativos no total, caso se estenda para outras áreas. Em 2023, a Amazon já havia encerrado 27 mil posições em diferentes rodadas.

Emprego, estrutura e velocidade de decisão

Jassy afirmou que o crescimento da estrutura corporativa da Amazon entre 2017 e 2022 — quando o número de funcionários triplicou — criou camadas que hoje dificultam decisões rápidas. O CEO defendeu o resgate da cultura de “propriedade” na ponta, com menos hierarquia e mais autonomia.

“Quando a empresa fica muito segmentada, você perde a força de decisão nas pontas”, disse Jassy, ao citar o conceito de two-way door decisions, usado por Jeff Bezos para classificar decisões que podem ou não ser revertidas.

Modelo de startup e transformação tecnológica

Desde que assumiu o cargo em 2021, Jassy tem defendido que a Amazon deve operar como a “maior startup do mundo”.

A nova rodada de cortes se insere nessa lógica, como parte de uma transformação estrutural diante das mudanças tecnológicas em curso no mercado global.

“É mais importante do que nunca ser leve, ágil e horizontal”, afirmou.

Resultados e impacto financeiro

No trimestre, a Amazon reportou receita de US$ 180,2 bilhões, alta de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. A AWS, divisão de serviços em nuvem, cresceu 20%, sua maior expansão desde 2022.

A empresa contabilizou um custo de US$ 1,8 bilhão com encargos relacionados às demissões.

Amazon segue movimento semelhante a outras gigantes de tecnologia, como Microsoft, que também reduziram quadros ao mesmo tempo em que reforçam investimentos em infraestrutura de inteligência artificial.

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