Inteligência Artificial

20 funcionários e todos milionários: como ela usou IA para chegar ao bilhão em menos de quatro meses

Fundada em abril, a World Labs aposta em modelos tridimensionais para revolucionar robótica, jogos e automação

Fei-Fei Li: fundadora da World Labs é veterana do setor de IA  (Reprodução)

Fei-Fei Li: fundadora da World Labs é veterana do setor de IA (Reprodução)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 18 de agosto de 2025 às 10h23.

Última atualização em 18 de agosto de 2025 às 11h01.

Imagine começar uma empresa em abril e, em agosto, ela já valer mais de US$1 bilhão. Agora imagine que tudo isso aconteceu com uma equipe do tamanho de um grupo de WhatsApp da firma: 20 pessoas. Essa é a história da World Labs, nova empreitada de Fei-Fei Li — conhecida por ter ajudado a dar o pontapé na inteligência artificial moderna.

A receita? Criar máquinas que conseguem entender e simular o mundo físico em 3D, sem precisar de caminhões de dados nem anos de gravações. Os tais Large World Models, ou modelos de mundo em larga escala, são a aposta da empresa para transformar áreas como robótica, automação, games e qualquer coisa que envolva interação com o mundo real, só que virtualmente.

Não é exagero: a tecnologia promete fazer por ambientes tridimensionais o que o ChatGPT fez com texto. Em vez de ensinar uma IA a viver no mundo digital a partir de dados reais, a World Labs está ensinando as máquinas a "imaginar" o mundo físico — com precisão.

E o mercado mordeu a isca. A World Labs já levantou US$230 milhões com nomes como a Andreessen Horowitz (a16z), NEA e Radical Ventures. O último cheque, de US$100 milhões, veio da NEA. Não é pouco para quem ainda nem acendeu a luz do escritório direito.

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Fei-Fei Li, que já foi chamada de "madrinha da IA", resumiu assim em uma apresentação: “Queremos ensinar as máquinas a desenvolver uma inteligência espacial próxima à humana”. Para ela, o desafio está em recriar digitalmente a complexidade do mundo físico sem gastar bilhões com sensores e gravações.

Uma nova era para startups?

O caso da World Labs não é isolado, mas é simbólico. Startups de IA estão cada vez mais compactas, especializadas e, ainda assim, bilionárias. É um modelo em que poucos talentos com a ferramenta certa escalam negócios do zero ao topo em questão de semanas.

Esse tipo de empreitada também aproveita do modelo de funcionário fundador, no qual todos envolvidos na primeira onda de investimentos, recebem uma fração do negócio, lançando-os ao status de milionários quando a empresa se tornar unicórnio.

No caso da World Labs, a empresa tem sede nos Estados Unidos e pretende aplicar seus modelos tridimensionais em áreas como construção civil, logística, robótica e até entretenimento. E tudo isso, claro, com aquela mesma equipe de 18 pessoas — todas agora sócias de um dos unicórnios mais rápidos da história recente da tecnologia.

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