Em fevereiro deste ano, a Figure deu um passo significativo com o lançamento do Helix, um modelo de IA baseado em visão, linguagem e ação, projetado para interpretar dados visuais e comando em linguagem natural
Redator
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 09h31.
Última atualização em 27 de agosto de 2025 às 09h34.
Em um vídeo divulgado neste mese, um robô humanoide se inclina diante de uma pilha de roupas, estende cuidadosamente uma camiseta e a dobra com movimentos que, embora lentos, impressionam pela precisão. Em outra cena, ele leva uma porção de roupas até uma máquina de lavar. A cena, captada dentro da sede da Figure AI, mostra um movimento ainda hesitante, mas que já ilustra uma ambição difícil de ignorar: é possível criar robôs humanoides capazes de operar em qualquer ambiente.
Como startups e big techs querem tornar androides no maior produto de todos os temposO sistema por trás do gesto se chama Helix, modelo de inteligência artificial desenvolvido pela própria empresa. Lançado em fevereiro de 2025, ele combina visão, linguagem e ação — ou Vision-Language-Action (VLA) — para interpretar comandos em linguagem natural, identificar objetos e coordenar até 35 graus de liberdade nos movimentos. É o ponto de virada que pode levar os humanoides da indústria para dentro das casas.
A Figure foi fundada em 2022 por Brett Adcock, empreendedor que já havia criado a Archer Aviation, de aeronaves elétricas, e a Vettery, marketplace de talentos baseado em IA. Em pouco tempo, a startup se tornou uma das mais comentadas na intersecção entre robótica humanoide e inteligência artificial. Em julho, apresentou um plano ousado: fabricar 100 mil robôs em apenas quatro anos.
A promessa chamou atenção de investidores como Jeff Bezos e gigantes de tecnologia como Microsoft, Nvidia, Intel e a OpenAI — esta última parceira até fevereiro de 2025, quando a Figure optou por seguir com seu modelo próprio.
O primeiro protótipo da empresa, o Figure 01, surgiu em 2023. Seu sucessor, o Figure 02, apareceu no ano seguinte caminhando em uma fábrica da BMW, ainda com movimentos simples. Mas foi o Helix que deu nova dimensão ao projeto.
Ao integrar percepção visual, processamento de linguagem natural e controle motor, o sistema permite que os robôs aprendam novas tarefas sem programação prévia. Dobrar roupas, regar plantas ou guardar compras na geladeira deixam de ser cenas de ficção científica para se tornar testes “alpha” em ambientes domésticos.
A IA também possibilita coordenar dois robôs em conjunto para executar a mesma atividade, algo que amplia o potencial para linhas de produção e armazéns.
Se conseguirá cumprir a promessa dos 100 mil humanoides até 2028 ainda é uma incógnita. Mas cada camiseta dobrada aproxima a empresa de um futuro em que máquinas não apenas levantam caixas em fábricas, mas cuidam da rotina doméstica.