Inovação

Ilhas flutuantes podem ajudar a aquecer cidade europeia no inverno

Helsinque quer ser neutra em carbono, mas precisa solucionar o problema de aquecimento da cidade de forma sustentável

Renderização de como seriam os reservatórios flutuantes na costa de Helsinque (Carlo Ratti Associati/Reprodução)

Renderização de como seriam os reservatórios flutuantes na costa de Helsinque (Carlo Ratti Associati/Reprodução)

LP

Laura Pancini

Publicado em 19 de março de 2021 às 10h32.

Última atualização em 19 de março de 2021 às 12h26.

Helsinque, capital da Finlândia, quer ser neutra em carbono até 2035. Porém, seu inverno rigoroso cria um obstáculo para o objetivo sustentável da cidade: como aquecer a população sem o uso de combustíveis fósseis ou queima de madeira?

Em busca de resposta, Helsinque patrocinou o Helsinky Energy Challenge, com uma recompensa de 1 milhão de euros para qualquer um que encontrasse a solução. Um dos vencedores foi o Helsinki’s Hot Heart ("coração quente de Helsinque" em português), cuja ideia é a criação de 10 reservatórios flutuantes na costa da cidade que armazenariam calor na água do mar.

O sistema usaria eletricidade renovável para operar bombas de calor que aqueceriam a água do mar e a armazenaria nos reservatórios flutuantes. A ideia é que, toda vez que a água quente for necessária, ela seria enviada para o sistema de aquecimento da cidade, uma rede dividida em distritos que envia calor para quase todas as moradias.

O criador do projeto, o designer Carlo Ratti, diz que quatro dos dez reservatórios ainda teriam uma cobertura e poderiam ser usados para o cultivo de plantas tropicais, visitas gerais e também como estufas com piscinas quentes para a população visitar em fevereiro, durante a época mais fria da região.

Projeto Helsinki's Hot Heart

Renderização de como seria o reservatório com espaço para visitas e cultivo de plantas tropicais (Carlo Ratti Associati/Reprodução)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Projeto Helsinki's Hot Heart

Renderização de como seria a piscina aquecida dentro de um dos reservatórios (Carlo Ratti Associati/Reprodução)

Ratti diz que esse tipo de armazenamento térmico “já foi usado antes, mas nunca em uma escala sem precedentes”. Ele também acredita que o conceito desenvolvido por ele pode ser uma "virada de jogo", que pode ser usado em qualquer cidade com mar, lagos ou rios na sua costa.

“No contexto específico de Helsinque, é ideal usar água do mar para armazenar calor porque está prontamente disponível no mar fora da cidade, não requer nenhum transporte caro, o que resultaria em emissões de CO2 e não cria interferência com o ecossistema natural ”, explica Ratti.

O Helsinki's Hot Heart foi uma de quatro ideias vencedoras que a cidade está avaliando para implementar, possivelmente em combinação. Ratti e sua equipe acreditam que a tecnologia desenvolvida por eles pode atender às necessidades de aquecimento da cidade até o final da década, sem nenhuma emissão de carbono.

A vantagem é que seu projeto consegue ser conectado diretamente ao sistema de aquecimento urbano já existente na cidade, então não há necessidade de reformatá-lo.

“Embora os contratos, projeto, licenciamento e construção levem algum tempo, acreditamos que é viável com bastante antecedência do prazo de 2030 para descarbonizar o sistema de aquecimento urbano”, diz Ratti.

Acompanhe tudo sobre:CarbonoEnergia renovávelFinlândia

Mais de Inovação

A revolução silenciosa das EdTechs

Tudo em um só lugar: de olho na experiência do usuário, EXAME apresenta nova homepage

Conheça a iniciativa premiada pela ONU por levar eficiência energética a hospitais

Projetos de arquitetura sustentável geram impacto e ditam tendências