Entrada da IFA em 2019: feiras com multidões devem dar espaço a formatos híbridos, misturando uma presença física limitada e interações virtuais (Divulgação/Divulgação)
Leo Branco
Publicado em 3 de setembro de 2020 às 06h22.
Uma das principais feiras mundiais de produtos eletrônicos e de utilidades domésticas, a IFA (acrônimo para o alemão Internationale Funkausstellung, ou Exposição Internacional do Rádio) começa nesta quinta-feira, 3, em Berlim, na Alemanha.
Realizada a cada dois anos desde a década de 1930, sendo uma das feiras industriais mais antigas em funcionamento no mundo, a IFA será o primeiro evento de grande porte a permitir a visitação do público em meio ao avanço da pandemia da covid-19 pelo mundo.
Até o ano passado, a IFA foi conhecida por atrair multidões interessadas em ver e tocar novidades como robôs para limpeza doméstica, relógios inteligentes e por aí vai. (Aos moldes do que ocorria em São Paulo com a Feira de Utilidades Domésticas, a UD, realizada entre os anos 70 e 90.)
Em 2020, a organização colocou regras rígidas de segurança para minimizar o risco de contágio. Apenas 1.000 visitantes por dia poderão entrar nos pavilhões da feira, nos arredores da capital alemã. Medições de temperatura frequentes são esperadas durante todo o evento, que termina neste sábado.
Para conseguir tíquetes é preciso provar aos organizadores da feira a disposição de comprar os produtos exibidos ali, numa tentativa de afastar os curiosos. Para aplacar a vontade do público em conhecer os lançamentos, uma versão virtual da feira está no ar neste site.
Com a versão digital, tentativa dos organizadores da IFA é oferecer experiências em 3D para o visitante ter uma ideia aproximada do que estará em exibição nos pavilhões de Berlim.
O evento é realizado em meio a uma segunda onda de contaminação pela covid-19 na Alemanha. Ontem o país registrou 1.256 novos casos da doença, número bem acima do usual nos meses de maio e julho, quando o país raramente registrou mais de 500 novas contaminações diárias.
Ao que tudo indica, o formato que combina uma parte presencial com outra online de feiras como a IFA veio para ficar. No online, perde-se nos aspectos de interação humana e imersão, mas ganha-se na menor complexidade, custo e abrangência.
“Alguns eventos estão experimentando um público 3 a 5 vezes maior que suas edições físicas sem perder em engajamento”, diz André Rodrigues, fundador da MobLee, empresa catarinense de tecnologia para eventos corporativos. “Por isso, o futuro deve ser híbrido.”