Inovação

Cientistas criam pulseira que transforma calor do corpo em eletricidade

Dispositivo, que pode ser o futuro dos relógios inteligentes, usa a diferença entre temperatura ambiente e temperatura da pele para gerar energia

O dispositivo criado pode um dia ser útil para relógios inteligentes (smartwatches, em inglês) (Alena Butusava/Getty Images)

O dispositivo criado pode um dia ser útil para relógios inteligentes (smartwatches, em inglês) (Alena Butusava/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 4 de maio de 2021 às 10h07.

O Instituto de Tecnologia de Harbin, na China, desenvolveu uma pulseira com um gerador termoelétrico (TEG, na sigla em inglês) que consegue converter o calor do corpo em eletricidade — o suficiente para acender um LED, componente eletrônico semicondutor.

Os geradores termoelétricos têm um material rígido, algo que Qian Zhang, profissional que trabalhou com TEGs por mais de uma década, e seus colegas buscaram resolver no estudo. Entre magnésio e bismuto, materias que compõe o gerador, eles colocaram poliuretano e um eletrodo flexível, fator que conseguiu transformar o objeto em uma pulseira que envolve o punho humano.

A pulseira, de apenas 115 milímetros de comprimento e 30 mm de largura, usa a diferença entre a temperatura da pele e a temperatura ambiente para gerar energia.

A expectativa é que, no futuro, a tecnologia consiga ser aplicada em relógios inteligentes (smartwatches, em inglês) e acabar com a bateria tradicional. Além disso, Zhang acredita que "o fornecimento de energia é sempre um grande problema" e espera que sua criação possa ajudar a aliviar a crise de energia mundial.

Na sua melhor performance, o dispositivo consegue gerar 20,6 microwatts por centímetro quadrado, o suficiente para acender um LEG ligado à pulseira. “A temperatura ambiente afeta muito o desempenho”, acrescenta Zhang, que diz que o inverno é a melhor estação para o uso do aparelho, já que a diferença das temperaturas do ambiente e do corpo são maiores.

Em entrevista ao site de notícias NewScientist, Rolf Hut, profissional da Delft University of Technology e entusiasta de dispositivos vestíveis, disse:  “Adoro a ideia de extrair energia do corpo humano, em vez de ter que usar baterias. Considerando quantos LEDs eu gosto de incluir em meus projetos, eu me pergunto o quanto você pode ‘retirar’ de um ser humano antes que se torne desconfortável.”

O aparelho pode ser enrolado e desembrulhado no braço mais de 10.000 vezes sem afetar o desempenho. Nenhum efeito adverso foi registrado durante os testes em usuários.

No futuro, os pesquisadores querem aumentar o desempenho do TEG e integrar um conversor de voltagem para que ele consiga alimentar eletrônicos maiores, apesar de que isso signifique que o aparelho terá que aumentar de tamanho também.

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