A procrastinação é uma tendência que acompanha os seres humanos  há mais de 200 mil anos. Os homens primitivos guardavam suas energias para procurar alimento quando fosse necessário. Os grupos de procrastinadores — que não gastavam sua energia à toa —  tinham maior chance de sobrevivência.

Hoje, não temos mais essa necessidade. Embora postergar uma tarefa possa ser inerente ao ser humano, a procrastinação pode estar ligada a questões psicológicas ou fisiológicas.

Mas o que você pode fazer para se inspirar e começar a avançar nesses projetos que parecem imensos e inacabáveis?

Se você quer entender mais sobre como funciona a procrastinação e aprender como evitá-la, continue com a gente até o final do artigo. Boa leitura. 

O que é procrastinação?

A palavra procrastinar vem do latim procrastinatus ou procrastinare, e é traduzida como “à frente de amanhã”, ou seja, o famoso “por que fazer hoje o que pode ser feito amanhã?”. 

A procrastinação acontece quando você tem um projeto grande e muito importante para fazer, mas ocupa o tempo fazendo outras atividades que não são tão importantes assim, adiando o que de fato precisa ser entregue.

É comum que as pessoas prefiram fazer algo mais divertido do que trabalhos que exigem esforço ou que consideram “chatos”. Porém, o hábito da procrastinação pode se tornar um inimigo perigoso da rotina de trabalho.

Além disso, perceber que deixou todas as tarefas se acumularem e ver o prazo de entrega se aproximando pode gerar sentimentos de estresse e frustração. Isso pode atrasar ainda mais o seu planejamento. 

Estresse e produtividade

De acordo com pesquisas realizadas pela Tower Watson Consultoria, existem correlações surpreendentes entre o estresse e a produtividade — ou a falta dela:

• 57% dos funcionários que sentem altos níveis de estresse no trabalho se sentem menos produtivos e desengajados;
• 68% sentem que as horas necessárias para completar suas obrigações não cabem em um dia de trabalho.
• Altos níveis de estresse no trabalho estão correlacionados com absenteísmo, ou seja, ausência do trabalhador no período laboral por faltas sem justificativa, atrasos no horário de entrada ou retorno do almoço e afins.

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A felicidade e a produtividade estão mais ligadas do que você imagina

Hoje é o dia que você separou para se dedicar à construção da apresentação de resultados do mês. Sua agenda está bloqueada, não tem nenhuma reunião marcada, você está trabalhando de casa. Enfim, o cenário perfeito para um dia produtivo.

De frente para o computador, sua mente começa a divagar. Só de pensar que vai demorar o dia todo para finalizar essa apresentação bate o desânimo. Nesse momento, a tela do celular acende e te distrai. Já se passaram alguns minutos que você continua rolando a tela. Você lembra que precisa responder um e-mail, que tem louça na pia, que não ligou para a sua mãe, que precisa marcar uma consulta. Vai lá e faz tudo isso.

“Nossa, consegui dar check em várias coisas que estavam na minha lista”, esse pode ser o seu pensamento ao finalizar as atividades que realizou e, juntamente com ele, uma sensação gostosa de dever cumprido.

Sabe o que é isso? O vício do cérebro humano em dopamina, o hormônio da felicidade. Nosso cérebro prefere recompensas imediatas. Quando alguma tarefa nos dá algum tipo de satisfação, a dopamina é produzida naturalmente. Já nas atividades consideradas mais chatas e trabalhosas, a dopamina é presente em menores quantidades e, consequentemente, a recompensa é tardia.

Isso explica o nosso comportamento de deixar de lado as atividades mais trabalhosas para focar em coisas que são mais fáceis de fazer e dão prazer imediato.

Pesquisas recentes apontam um fenômeno chamado “princípio do progresso”. Ele explica que, de todas as coisas que podem turbinar as emoções e percepções durante um dia de trabalho, a mais importante é avançar em um projeto significativo. 

“O progresso está nas pequenas conquistas, quando as pessoas se sentem aprendendo, descobrindo soluções e superando obstáculos”, diz Teresa Amabile, uma das autoras do estudo, psicóloga pós­-graduada em Stanford e professora da escola de negócios de Harvard. 

Por essa razão, dividir uma tarefa grande em pequenas etapas é um ótimo truque de produtividade. 

7 caminhos para parar de procrastinar

O site Quartz criou um guia com sete passos para você examinar processos internos que podem te ajudar a parar de procrastinar de uma vez por todas. Confira:

1. 1. Dê o primeiro (micro)passo: defina uma meta baixa. Ao finalizá-la você terá aquele sentimento de realização que poderá te impulsionar a continuar trabalhando.
   2. Gerencie suas emoções, não apenas seu tempo: esperar estar de bom humor para realizar uma tarefa pode ser uma armadilha. Para parar de procrastinar, psicólogos recomendam refletir sobre a razão real do adiamento das tarefas – e, a partir disso, tentar reformular o modo como você vê uma situação ou nomear a emoção que você está experimentando. Essas técnicas ajudam a lidar com os sentimentos que estão desencadeando a procrastinação.
   3. Nomeie o problema: é mesmo procrastinação?: às vezes, adiar alguma tarefa não é de fato uma procrastinação. Pode ser somente um atraso ocasionado por diversos motivos que são inevitáveis e derivados de circunstâncias externas. 
   4. Pratique a procrastinação “estruturada”: procrastinar com estrutura envolve colocar a tarefa mais urgente e assustadora no topo da lista e acrescentar outras atividades igualmente valiosas, mas que são menos amedrontadoras. A ideia é aumentar o sentimento de realização e de motivação para te ajudar a realizar tudo o que precisa. 
   5. Visualize o seu futuro “eu”: pensar que o “eu” de amanhã estará mais disposto ou motivado para fazer o que precisa ser feito pode ser um grande erro. Afinal, o que garante isso? Estudiosos afirmam que “deixar para amanhã” só vai trazer melhorias para a sua produtividade se o comportamento no dia seguinte mudar.
   6. Faça planos que incluam os imprevistos: tente identificar antecipadamente os fatores externos e internos que podem te atrapalhar no cumprimento da tarefa e também na resposta ao “imprevisto”.
   7. Evite se repreender: você não foi a primeira pessoa a procrastinar e não será a última. Abrace suas emoções para que consiga seguir em frente com suas atividades e não ficar paralisado diante de sentimentos negativos.