(EyeEm/Getty Images)
Professor da Faculdade Exame
Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 07h00.
Quando falamos em tomar grandes decisões financeiras – tais como a compra de um apartamento ou de um carro – é comum ficarmos em dúvida se vale a pena investir o dinheiro ou efetivamente comprar o bem.
Surgem, também, outras perguntas: será que estou pagando um juro muito alto? Vale a pena investir em um negócio ou é melhor manter meu dinheiro aplicado?
Pois bem, vamos usar a TIR (taxa interna de retorno) como ferramenta para auxiliar em nossas escolhas. Mas, o que é isso?
A TIR é um indicador financeiro usado para medir a rentabilidade de um investimento.
Como a TIR é uma taxa, devemos compará-la a uma outra taxa: o custo de oportunidade. A TIR pode nos dar 2 indicativos dependendo de como estamos analisando o cenário.
Se estamos tomando um empréstimo ou financiamento, a TIR nos mostra o custo do dinheiro emprestado. Por outro lado, se estamos investindo em algo, a TIR nos mostra o retorno que o projeto nos trará.
Ela, portanto, deve ser interpretada de acordo com o cenário.
A taxa de oportunidade representa o retorno que você poderia obter investindo em uma alternativa.
Por exemplo, se você investir em um apartamento, a taxa de oportunidade será o retorno que você estaria abrindo mão ao não aplicar esse dinheiro em outra opção, como em títulos do Tesouro Direto, que rendem a taxa SELIC. Essa comparação é muito importante para entendermos se um investimento é vantajoso ou não.
Logo, entender qual a taxa de seu custo de oportunidade é importante, pois vamos compará-la à TIR do projeto.
Em casos onde você tem o dinheiro necessário para comprar um imóvel à vista, muitas vezes vale a pena financiá-lo e aplicar esse dinheiro, pois, seus dividendos superariam a taxa do financiamento e você acabaria pagando mais barato ao financiar do que comprando à vista.
Agora, imagine que você quer comprar um apartamento de R$ 1.000.000 e dará uma entrada de R$ 100.000, sendo que o vendedor te dá a opção de pagar o restante em 60 parcelas de R$ 25.000.
O seu custo de oportunidade é investir seu dinheiro no tesouro Direto SELIC rendendo 12% ao ano. Vale a pena financiar ou pagar à vista?
O resultado será 1,86%.
Isso significa que o custo de financiamento é de 1,86% ao mês, o que representa 24,70% ao ano, levando em consideração juros compostos. Ao usar a TIR, como podemos ver, você acaba por descobrir a taxa implícita do financiamento, que muitas vezes não é mostrada para você.
Agora devemos comparar a TIR deste financiamento com o custo de oportunidade. Ela, no caso, é muito maior, indicando que o custo do financiamento é praticamente o dobro do que o mesmo dinheiro renderia na SELIC. A TIR é de 24,70% ao ano, enquanto a SELIC, por exemplo, gira em torno de 12,75%.
Logo, vale mais a pena pagar à vista ou tentar negociar melhores condições de financiamento.
Imagine agora que você é sócio(a) ou trabalha em uma empresa, e você está em dúvida se compra um novo equipamento que aumentará a produção. A nova máquina custa R$ 150.000.
Fazendo as contas você viu que, em 5 anos, este equipamento trará R$ 48.000 por ano para a empresa. Mas, os executivos da companhia já fizeram os cálculos e só investem em qualquer projeto se ele retornar, no mínimo, 17% ao ano.
Vamos achar a TIR desse “projeto”?
Agora a decisão ficou fácil. Como o projeto retorna 18,03% ao ano e a taxa mínima de atratividade da empresa é de 17%, vale a pena investir no equipamento já que o retorno é maior do que a taxa exigida pela organização.
Em resumo, a TIR é um excelente instrumento para tomada de decisão, mas é importante notar que ela sempre precisa ser comparada a algo – ora ao custo de oportunidade, ora à taxa mínima de atratividade, ou até comparando TIRs entre projetos diferentes.
Com estes exemplos, agora você pode aplica-los no seu projeto e tomar a melhor decisão. E perceba que não importa o tipo do investimento, ele serve para qualquer compra, desde o financiamento de um carro até a compra de um imóvel.
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