Professor da Faculdade Exame
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 18h42.
No mercado, nem todas as aquisições são em comum acordo com todos os envolvidos – algumas são agressivas e bastante controversas.
As aquisições hostis, como são conhecidas, são tentativas de compra de uma empresa contra a vontade do conselho administrativo da outra organização. Neste tipo de aquisição, a empresa interessada faz uma oferta diretamente aos acionistas, sem o apoio da administração da empresa-alvo.
Essas operações são vistas como movimentos agressivos, que podem alterar significativamente o setor em que a empresa-alvo atua. Elas podem influenciar a imagem corporativa da empresa adquirente, que pode ser percebida como agressiva.
Para a empresa-alvo, resistir a uma oferta hostil pode demonstrar resiliência e comprometimento com sua missão, tranquilizando funcionários e stakeholders sobre a continuidade de sua estratégia de longo prazo.
Uma oferta hostil inicia-se com a identificação e avaliação da empresa-alvo. O adquirente geralmente começa com a compra de ações para garantir participação e, em seguida, apresenta uma oferta.
Se o conselho rejeita a proposta, como ocorreu com a Hypera no caso envolvendo a EMS, o comprador pode, então, direcionar a oferta aos acionistas ou tentar substituir os membros do conselho do alvo de forma a facilitar a aquisição, movimento conhecido como proxy fight.
No mercado, existem vários tipos de ofertas de aquisição. As amigáveis acontecem quando o conselho da empresa-alvo aprova o acordo. Já as OPAs (ofertas públicas de aquisição) podem ser amigáveis, em comum acordo entre todos os envolvidos, ou hostis. Também existem aquisições parciais e aumentos de participação, comuns em estratégias de aquisição gradual. A oferta hostil diferencia-se pela abordagem direta aos acionistas.
Compradores agressivos utilizam diversas táticas para superar a resistência do conselho, como:
As empresas-alvo adotam medidas defensivas como:
Para o comprador, uma oferta hostil pode representar uma oportunidade de adquirir uma empresa subvalorizada e alcançar sinergias. Contudo, esses processos trazem riscos significativos, como resistência do conselho, litígios e dificuldades na integração cultural e operacional.
No caso da Hypera, a diretoria afirmou que a proposta da EMS subvalorizava a empresa e que as diferenças de portfólio e cultura não justificavam a fusão.