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Pouco aplicada, a análise de ciclo de vida pode te ajudar a economizar muito dinheiro e ser mais sustentável ao mesmo tempo

Uma das principais vantagens dos investimentos ESG é a mitigação de riscos. (iStock/Reprodução)

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Ferramenta de inteligência artificial na Exame

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 16h00.

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A análise de ciclo de vida (ACV) é uma metodologia que avalia os impactos ambientais, sociais e econômicos de produtos e serviços. Essa abordagem permite identificar ineficiências e orientar decisões estratégicas, ajudando empresas que desejam incorporar práticas sustentáveis em seus processos.

A ACV considera todas as fases do ciclo de vida de um produto, desde a extração de matérias-primas, passando pela produção, distribuição, uso e disposição final. O objetivo principal é oferecer uma visão abrangente dos impactos gerados em cada etapa, promovendo uma análise que vai além das características imediatas do produto.

Um dos conceitos fundamentais da ACV é a análise "do berço ao túmulo", que abrange todo o ciclo, da produção ao descarte. Em contextos de economia circular, utiliza-se o termo "do berço ao berço", que se refere ao ciclo contínuo de reaproveitamento de materiais, que, por sua vez, também pode ser analisado. Nesse caso, é necessário levar em conta os impactos evitados pela reutilização de matérias primas.

Essa abordagem permite avaliar não apenas os impactos ambientais diretos, como o consumo de energia e a emissão de carbono, mas também aspectos sociais e econômicos relacionados à produção.

Passo a passo: análise de ciclo de vida

1. Definição de escopo e objetivo: antes de iniciar a ACV, é essencial estabelecer os limites e o propósito da análise. A definição clara do que será estudado e até onde a avaliação irá permite focar nos aspectos mais relevantes e identificar potenciais problemas ambientais ou sociais. Essa fase se assemelha à gestão de projetos, onde o escopo precisa ser bem definido para orientar todo o processo;

2. Inventário de dados: nessa etapa, são coletadas informações sobre o ciclo de vida do produto, como consumo de energia, uso de água, geração de resíduos e emissão de poluentes. O levantamento de dados inclui:

  • Dados primários: informações coletadas diretamente no campo, como medições anuais dos níveis de um rio. Esse tipo de dado oferece maior precisão, mas demanda mais recursos;
  • Dados secundários: dados obtidos a partir de fontes já existentes, como publicações científicas ou bases de dados. São mais acessíveis, mas exigem cautela quanto à sua confiabilidade;
  • Dados de produção: informações sobre processos de produção, incluindo consumo de energia, água, geração de resíduos e emissões;

3. Modelagem de processos: aqui, desenha-se detalhadamente cada fase de produção do produto ou serviço, compreendendo o que ocorre em cada etapa e o tempo envolvido em cada movimento. Essa modelagem permite visualizar o fluxo de materiais, energia e resíduos ao longo do ciclo de vida do produto, identificando onde ocorrem os maiores impactos. O uso de dados da produção – como consumo de energia, uso de água e geração de resíduos – ajuda a construir uma visão precisa do processo produtivo, facilitando a identificação dos pontos de maior impacto e ineficiências;

4. Avaliação de impactos: após a coleta de dados, é feita uma avaliação dos impactos ambientais e sociais. Por exemplo, se o produto consome água, avalia-se os recursos naturais utilizados e os efeitos potenciais, como a emissão de gases de efeito estufa. Aqui, a empresa consegue visualizar claramente o que está gerando impactos e em quais áreas pode melhorar. Essa avaliação pode incluir:

  • Caracterização: identificação dos tipos de impactos, como emissões de carbono, uso de água e toxicidade. Aqui, busca-se entender os impactos, mas sem uma quantificação detalhada;
  • Avaliação quantitativa: medição precisa dos impactos utilizando métricas e indicadores específicos. Esse nível de análise demanda mais dados e oferece uma visão mais detalhada da pegada ambiental do produto.

5. Interpretação dos resultados e desenvolvimento de estratégias: com os dados analisados, os resultados são interpretados para que estratégias sustentáveis sejam desenvolvidas. Isso inclui a identificação de oportunidades para:

  • Economia circular: transformar processos produtivos lineares em modelos circulares, onde resíduos são minimizados e os recursos são reutilizados;
  • Otimização do design do produto: alterações no design podem reduzir os impactos ambientais, como o uso de materiais mais sustentáveis ou a extensão da vida útil do produto;
  • Melhoria de processos: identificar ineficiências na produção que possam estar contribuindo para impactos negativos e implementar soluções para reduzi-los.

A ACV também pode ser aplicada em serviços, além de produtos. Um exemplo comum é a organização de eventos, onde se avalia desde o impacto gerado pelo deslocamento dos participantes até a escolha de utensílios reutilizáveis.

Esse processo pode variar em complexidade. Mesmo análises simplificadas podem fornecer insights valiosos para a tomada de decisões, especialmente quando há limitações de recursos.

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