Cesar Gon durante sessão de Exame Talks da Faculdade Exame. Palestra contou com mediação do jornalista Léo Branco. (Fernando Estelita/Exame)
Ferramenta de inteligência artificial na Exame
Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 16h55.
Última atualização em 13 de dezembro de 2024 às 13h37.
Se você é ativo nas redes sociais, já deve ter visto imagens geradas por IA dos mais diferentes tipos. Desde gatinhos tristes até ilustrações hiperrealistas de figuras políticas, a GenAI (inteligência artificial generativa) tomou conta de nossos feeds.
Por outro lado, Cesar Gon, CEO e fundador da CI&T, propõe que essas criações sejam usadas para outro propósito: nos ajudar a refletir sobre as rápidas transformações no campo da tecnologia.
Durante sua participação no Exame Talks, série de palestras exclusivas para os alunos dos MBAs da Faculdade EXAME, ele usou sua "gangue A.I." para gerar várias imagens baseadas em pinturas famosas. A ideia era associar "ideias complexas com obras-primas dos maiores gênios da história da humanidade" a mudanças no nosso cotidiano atual.
Um exemplo: uma recriação de Guernica, de Pablo Picasso, pode ilustrar os debates polarizados e os riscos éticos associados ao avanço da inteligência artificial.
“Essa arte nos lembra que, enquanto celebramos o potencial da IA, também precisamos debater os riscos e como alinhá-la aos valores humanos”, pontuou.
O impacto emocional dessas criações vai além da estética. Gon explicou que as imagens podem ajudar a capturar e transmitir conceitos complexos, como os desafios e incertezas da regulação da inteligência artificial.
“A ideia é que a arte digital gerada por IA possa dialogar com a ciência e a tecnologia, trazendo uma nova camada de entendimento sobre a transformação digital,” afirmou.
Além disso, Gon destacou que as ferramentas de IA generativa não se limitam à criação artística. Para ele, essas tecnologias podem transformar radicalmente setores como saúde, educação e engenharia de software.
"O software está engolindo o mundo, e a IA está mudando o menu," refletiu ele, ao relacionar a capacidade das máquinas de abordar problemas complexos de novas maneiras.
Apesar do fascínio da humanidade em se auto-substituir pela inteligência artificial, Gon enfatizou a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a automatização e a supervisão humana.
“O objetivo não é fazer uma IA que substitua o humano, mas que nos ajude a resolver problemas que não queremos ou não conseguimos enfrentar sozinhos,” reflete.
As imagens geradas por IA, assim como as obras clássicas que as inspiram, oferecem mais do que um vislumbre do futuro. Elas provocam reflexões sobre o papel da tecnologia em nossas vidas e a responsabilidade que temos em moldar seu uso.
“A inteligência artificial não é algo a ser temido, mas uma chance de resolvermos os grandes desafios da humanidade," concluiu.