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Ambidestria: como inovar sem perder a essência do seu negócio

A ambidestria empresarial é bastante desafiadora, mas, com uma estratégia bem elaborada, sua empresa consegue encontraro equilíbrio ideal entre inovação e excelência operacional, garantindo a competitividade e longevidade no mercado

Autoconhecimento: identificar limites é o primeiro passo para a sabedoria.

Autoconhecimento: identificar limites é o primeiro passo para a sabedoria.

Thiago Tossi
Thiago Tossi

Professor da Faculdade Exame

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 13h53.

Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 13h56.

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Quando falamos que uma pessoa é ambidestra, significa que ela tem duas mãos dominantes, o que passa uma imagem de flexibilidade, versatilidade e adaptação.

Uma empresa ambidestra é aquela que consegue equilibrar, de forma eficaz, dois aspectos fundamentais para sua sobrevivência e crescimento: a exploração de novas oportunidades e a manutenção do seu core business – a principal atividade da organização.

Em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, muitas organizações enfrentam o desafio de inovar sem perder o foco no que já sabem fazer bem.

Porém, como criar soluções disruptivas, mantendo a entrega de resultados consistentes em sua área principal de atuação?

A inovação é o que leva à longevidade de uma empresa já que está sempre olhando à frente, buscando novas oportunidades, criando produtos e serviços disruptivos, quebrando paradigmas, rompendo barreiras e criando ciclos. Obviamente, a inovação leva a uma estratégia de médio/longo prazo.

Manter o core business, por outro lado, é tão importante quanto – pois, ao contrário da inovação, se ater a essência do negócio delimita as estratégias de curto prazo, onde o portfólio atual da empresa mantém a operação funcionando no dia a dia.

Devemos inovar ou manter o business atual?

A resposta é: devemos desenvolver a ambidestria na empresa.

O fato de conseguirmos aliar inovação à manutenção do negócio atual, é o que dá a característica ambidestra e flexibilidade corporativa.

Confesso que não é uma tarefa fácil, mas começo provocando você a refletir como iniciamos essa jornada através da estrutura organizacional, liderança, colaboração e incentivos.
Para que a ambidestria organizacional ocorra, é fundamental ajustar a estrutura da empresa de forma a permitir que a inovação e a eficiência coexistam.

Uma abordagem eficaz envolve criar divisões ou unidades separadas que se dediquem a cada um desses objetivos: uma voltada para a exploração de novas oportunidades (inovação) e outra focada na exploração do core business existente (eficiência operacional).

Essas unidades devem operar de forma independente, mas, simultânea, sempre alinhadas com a estratégia global da empresa.

Uma estrutura ambidestra geralmente envolve:

  1. Separação estrutural: equipes ou unidades de negócios separadas, com suas próprias metas, processos e culturas. As unidades focadas em inovação precisam de maior liberdade para experimentar, correr riscos e serem ágeis, enquanto as unidades voltadas para o core business exigem processos mais formais e disciplinados;
  2. Liderança ambidestra: líderes que entendam a importância de equilibrar inovação e eficiência são essenciais. Essa liderança deve ser capaz de apoiar a exploração de novas ideias, ao mesmo tempo em que garanta que o core business continue sendo executado de forma eficaz. Um líder ambidestro é aquele que consegue transitar entre esses dois mundos e sabe quando estimular a inovação e quando manter a disciplina operacional;
  3. Integração e colaboração: embora as unidades de inovação e eficiência sejam separadas, é fundamental que haja mecanismos de integração, como equipes multifuncionais e projetos colaborativos, a fim de que o conhecimento flua naturalmente entre elas. Isso garante que as inovações possam ser incorporadas ao core business e que as práticas eficientes sejam aplicadas às iniciativas inovadoras;
  4. Cultura e incentivos: ajustar a cultura organizacional para valorizar tanto a eficiência quanto a experimentação é fundamental. Os colaboradores devem ser incentivados a contribuir para ambos os lados da empresa, recebendo recompensas por alcançar metas de curto prazo no core business, assim como por desenvolver novas ideias e projetos inovadores;

Ao fazer esses ajustes, a empresa cria um ambiente propício à ambidestria, permitindo que a inovação prospere sem prejudicar a eficiência do core business, e vice-versa.

É importante reconhecer que a jornada rumo à ambidestria organizacional não é simples, mas é essencial para a sustentabilidade e o crescimento de uma empresa em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e competitivo.

A capacidade de inovar e, ao mesmo tempo, manter o core business exige um equilíbrio estratégico, uma cultura que fomente a experimentação e a capacidade de adaptação a mudanças.

O grande ponto é como navegamos pelas incertezas do futuro sem nos desconectarmos do que nos torna exitosos no presente. Portanto, dar o primeiro passo em direção da ambidestria envolve:

  • Focar em práticas que promovam essa dualidade;
  • Desenvolver lideranças preparadas para gerenciar paradoxos;
  • Fomentar a cultura da experimentação e buscar não apenas sobreviver, mas também prosperar em um cenário em constante transformação.

A grande “jogada” do momento é desenvolver, o quanto antes, a ambidestria no seu negócio e aliar, sem conflitos, o binômio: inovação + core business.

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