Balanço do xerife de mercado: mandato com R$ 420 bilhões captados com ofertas de ações (Getty Images/Getty Images)
Faculdade EXAME
Publicado em 29 de agosto de 2024 às 20h32.
Entender o mundo das finanças corporativas pode ser como decifrar um novo idioma: ROI, DRE, capex, break-even point… São tantos nomes que pode ser difícil acompanhar uma reunião com executivos, especialmente aqueles responsáveis por liderar as estratégias de finanças e tomar decisões para o sucesso financeiro da organização.
No entanto, para quem deseja conversar de igual para igual com o CFO, contribuir com ideias e ser um participante ativo nas discussões, dominar certos conceitos é fundamental – e isso vale para profissionais de todos os setores, inclusive os não financeiros.
De olho nisso, elencamos os termos mais importantes para estar no mesmo nível de entendimento do CFO (e dominar, de uma vez por todas, as finanças corporativas). Confira.
Toda empresa faz investimentos. Seja em ativos financeiros, novos segmentos de mercado ou outros produtos, as corporações precisam investir capital de diferentes formas para garantir melhores oportunidades. Para medir o quanto ganhou ou perdeu nesses aportes, organizações utilizam o ROI, um indicador para avaliar o sucesso de um investimento.
Imagine que uma loja de doces decide investir R$ 1 mil na compra de novos equipamentos para cozinha. E que, após um ano, esses equipamentos permitiram que a loja aumentasse as vendas em R$ 2 mil. Para calcular o ROI, basta subtrair o valor inicial do investimento do valor final obtido e dividir pelo valor inicial. Neste caso, o ROI seria de 100%.
É importante lembrar que quanto maior o ROI melhor para a empresa, porque mostra que o lucro foi maior que a quantia investida inicialmente. Obter um ROI negativo mostra que o investimento não teve um bom resultado – ou seja, a empresa perdeu dinheiro.
A Demonstração do Resultado do Exercício nada mais é do que um documento financeiro que mostra como uma empresa ganhou e gastou dinheiro durante um período de tempo. É como um filme, que conta a história das finanças da empresa durante esse período. Este documento traz informações diversas: receitas, custos, despesas e lucro, por exemplo.
Essa é uma ferramenta valiosa para executivos e investidores, porque ajuda tanto a entender não apenas a saúde financeira de um negócio, mas também se a companhia está operando de forma saudável (se o DRE apontar que empresa teve muitos lucros, por exemplo, é um sinal positivo; se indicar que houve prejuízo, é sinal de alerta para a tomada de decisões).
Capex é um dos termos mais comuns para os profissionais de finanças – e também muito frequente nas conversas com os CFOs das grandes corporações. Mas ele é mais simples do que parece: é um termo que, de forma simplificada, quer dizer despesas de capital.
Ele diz respeito a todo dinheiro que uma empresa usa para adquirir, melhorar ou manter ativos físicos – isso inclui equipamentos de trabalho, maquinários, empreendimentos, escritórios e outros ativos físicos que sejam necessários para operar o negócio. Se o termo aparecer numa reunião com o CFO, fique tranquilo: o executivo está se referindo ao valor empregado para investir em novos equipamentos ou melhorar as instalações.
Mesmo com significado simples, o Capex tem uma importância imensa nos negócios. Afinal, para que uma empresa possa crescer e desempenhar suas operações com eficiência, é preciso investir também nos ativos físicos. Com o Capex, a empresa pode aumentar sua produtividade, reduzir custos operacionais e atender à crescente demanda.
Ponto de equilíbrio. É isso que o termo, tão comum nas reuniões financeiras das organizações, quer dizer. Ele diz respeito ao ponto específico em que a empresa não tem lucro, nem prejuízo. Isto é: quando as receitas de uma empresa são iguais às despesas.
Imagine que um empreendedor resolve abrir uma padaria. Seu break-even point acontecerá quando o número de pães vendidos for suficiente para cobrir todos os custos operacionais (aluguel, salários, custo de tecidos, etc). Se a padaria vender menos do que o necessário para o break-even point, terá prejuízo. Se vender mais, terá lucro.
O fluxo de caixa é um controle de entrada e saída de dinheiro de uma empresa. É uma espécie de registro de todas as receitas e despesas de uma organização em determinado período de tempo (pode ser durante um mês ou um ano). Esse termo costuma aparecer com frequência, uma vez que é fundamental para a tomada de decisão: executivos se baseiam nele, dentre outros critérios financeiros, para entender se vale a pena apostar em um novo tipo de investimento ou se é possível contratar mais funcionários, por exemplo.
Pense na seguinte situação: um empresário dono de uma fábrica de roupas percebe que, de repente, seus clientes começam a comprar menos – e ele está ficando com um estoque grande demais. Nessa situação, pode ser difícil transformar essas roupas em dinheiro rapidamente (seja para pagar o aluguel, salários ou outras despesas operacionais).
É isso que risco de liquidez quer dizer: é a possibilidade de uma empresa não conseguir obter dinheiro suficiente para cumprir suas obrigações financeiras no curto prazo ou enfrentar dificuldade em transformar seus ativos em dinheiro rapidamente.
Conhecer esse termo é fundamental para quem trabalha com finanças corporativas. Afinal, o risco de liquidez pode levar uma empresa a enfrentar consequências financeiras graves.