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Secretário de Estado de Trump viajará à América Central para tratar de imigração e Canal do Panamá

Primeiro secretário de Estado hispânico da História dos EUA é fluente em espanhol e tem profundo conhecimento da região; ele irá à Costa Rica, El Salvador, Guatemala e República Dominicana

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 15h18.

Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 15h44.

A América Central será o primeiro destino de Marco Rubio, o secretário de Estado escolhido por Donald Trump para comandar a diplomacia americana em seu novo mandato à frente da Casa Branca. A escolha não é fortuita e reforça algumas das prioridades traçadas por Washington para sua política externa: combater a imigração irregular, repelir a ação de cartéis mexicanos e limitar a presença chinesa no entorno estratégico dos Estados Unidos.

Primeiro secretário de Estado hispânico da história dos EUA, Rubio dará início à sua agenda de viagens a partir da próxima semana, com visitas previstas a cinco nações da América Central, incluindo o Panamá, de quem o presidente Donald Trump ameaçou confiscar o Canal do Panamá, alegando, sem provas, ser controlado pelos chineses.

O chefe da diplomacia americana priorizou a América Latina em sua agenda inicial observando que a região é “onde vivemos” e não será ignorada, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, ao confirmar a turnê nesta quinta-feira. Segundo ela, Rubio viajará ao Panamá, bem como à Costa Rica, El Salvador, Guatemala e República Dominicana.

A turnê deve começar na próxima semana e pode durar até o início de fevereiro.

"Não continuaremos a deixar a região de lado, como fizeram outras administrações", disse Bruce. "Lidar com os países vizinhos é um elemento vital para lidar com a migração, as cadeias de suprimentos e o crescimento econômico, que são fundamentais para as metas de política externa do secretário Rubio: um Estados Unidos forte, próspero e seguro".

Rubio, que é fluente em espanhol e tem profundo conhecimento da região, tem sido um aliado leal de Trump desde que ele abandonou sua própria candidatura presidencial em 2016. Sua nomeação como secretário de Estado foi interpretada como um aceno aos eleitores hispânicos, um eleitorado que demonstrou apoio significativo a Trump na última eleição.

Um dos principais temas da turnê de Rubio será a gestão do Canal do Panamá, uma infraestrutura crítica que tem sido alvo de tensões entre os EUA e o Panamá desde a vitória de Donald Trump. Bruce não descreveu os detalhes de nenhuma conversa esperada sobre o Canal do Panamá.

Trump, em seu discurso de posse na segunda-feira, prometeu que os Estados Unidos iriam “retomá-lo”, argumentando que o Panamá permitiu que a China aumentasse sua influência na área. Embora Pequim não controle diretamente o canal, dois portos em suas extremidades são de propriedade de uma empresa de Hong Kong, o que alimentou as preocupações de Washington.

Rubio, em sua audiência de confirmação, não sugeriu força militar, mas disse que os Estados Unidos precisavam abordar as sérias preocupações sobre a influência chinesa perto da hidrovia vital entre os oceanos Atlântico e Pacífico. O Canal do Panamá foi construído pelos EUA, mas cedido ao Panamá durante a Presidência de Jimmy Carter (1977-1981).

Outro tema no centro das primeiras viagens de Rubio será a imigração. As nações centro-americanas de El Salvador, Guatemala e Honduras têm sido as principais fontes de entradas irregulares para os Estados Unidos, que Trump prometeu interromper completamente.

Ao assumir o cargo, Trump rapidamente encerrou um programa de seu antecessor, Joe Biden, que visava dar aos migrantes maneiras de solicitar asilo e, em vez disso, ameaçou usar as Forças Armadas para impedir que as pessoas atravessassem do México.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, tem sido um dos favoritos dos apoiadores de Trump por sua repressão letal e implacável ao crime em seu país. Em sua primeira declaração oficial como secretário de Estado, Rubio reiterou, na quarta-feira, que a prioridade número um da política externa americana sob o novo governo Trump será "conter a migração em massa e proteger nossas fronteiras".

Também falou sobre o fim das políticas de diversidade e do que Trump vem chamando de "fim da censura e da supressão de informações" — um jogo linguístico utilizado pelo novo governo e por seus apoiadores para se referir à desregulamentação do ambiente digital e à não criminalização do discurso de ódio.

"Por fim, devemos alavancar nossos pontos fortes e acabar com as políticas climáticas que enfraquecem os Estados Unidos. Embora não ignoremos as ameaças ao nosso ambiente natural e apoiemos proteções ambientais sensatas, o Departamento de Estado usará a diplomacia para ajudar o presidente Trump a cumprir sua promessa de retornar ao domínio energético americano", acrescentou Rubio em nota.

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