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Polarização não deve ser estendida à religião, diz Marina

Evangélica, Marina é constantemente questionada sobre a influência de sua escolha religiosa no desempenho de uma função política


	Marina Silva: “Serei a presidente de todos os brasileiros. Nosso Estado laico assegura o direito de quem crê, de quem não crê"
 (Vagner Campos/MSILVA Online)

Marina Silva: “Serei a presidente de todos os brasileiros. Nosso Estado laico assegura o direito de quem crê, de quem não crê" (Vagner Campos/MSILVA Online)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 13h20.

Brasília - A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, defendeu nesta segunda-feira, em encontro com associação de educação católica, que a polarização que vem criticando na política não seja estendida a outros setores da sociedade como a religião. Evangélica, Marina é constantemente questionada sobre a influência de sua escolha religiosa no desempenho de uma função política.

“Nós sempre tivemos uma convivência adequada na diversidade social, cultural, religiosa. Não podemos aprofundar a polarização que acontece erradamente na política para outros setores da sociedade”, disse a candidata durante assembleia da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec), em Brasília.

“Como presidente da República, serei a presidente de todos os brasileiros. Nosso Estado laico assegura o direito de quem crê, de quem não crê, e assegura sobretudo que Estado laico não é Estado ateu.” Ao discursar e responder a perguntas durante o evento da Anec nesta segunda-feira, Marina deixou clara sua opção religiosa e defendeu o respeito à diversidade religiosa. A influência da religiosidade de Marina foi posta em xeque após o episódio da revisão do capítulo sobre direitos para homossexuais do programa de governo. O partido divulgou uma errata, que parte do movimento LGBT considerou uma retrocesso.

Ao ser questionada sobre suas propostas na área social, a candidata voltou a dizer que irá manter e aprimorar programas como o Bolsa Família. Marina aproveitou ainda para criticar o que chama de “marketing selvagem”, contra o qual pediu que haja “discernimento”. “Estão dizendo aí que vou acabar com tudo e ainda vou acabar com o resto”, afirmou. “Peçam a Deus para o povo discernir. Porque não dá para acreditar que uma pessoa possa acabar com pré-sal, o Prouni, o Fies, o Pronatec, o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, a transposição do São Francisco, a Transnordestina, o 13o, as férias, privatizar a Petrobras, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil... Isso fere o bom senso, a inteligência do brasileiro.” A candidata se comprometeu a aperfeiçoar e encaminhar as ações do governo a uma “terceira geração” de programas sociais, melhoria que será possível, segundo Marina, em um contexto de retomada do crescimento, queda da taxas de inflação e dos juros.

“Uma coisa perversa é o juro alto. (Isso) baixa o investimento. Quem é que vai investir para ter uma fábrica, ou uma pequena indústria, se ele pode especular no sistema financeiro?” Antes da conversa com representantes de instituições de ensino católicas, Marina participou de encontro com ciclistas por causa do Dia Mundial sem Carros, evento no centro de Brasília para o qual a candidata se dirigiu de carro. A presidenciável, que utilizou um táxi para se deslocar até a assembleia da Anec, lamentou, entre uma foto e outra em que se posicionou ao lado de uma bicicleta, não saber utilizar esse meio de transporte.

Marina criticou ainda sua principal adversária na disputa eleitoral, a presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição, por utilizar o Palácio da Alvorada para conceder coletivas sobre assuntos relacionados à campanha. “O problema da reeleição é exatamente esse, de criar uma confusão entre o uso institucional para o exercício da função e o uso dos meios e equipamentos que são do Estado para a campanha", disse. "Essa é uma ambiguidade que será resolvida com o fim da reeleição, que eu estou comprometida.” (Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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