(Thinkhubstudio/Getty Images)
Cientistas de pesquisa sobre Realidade Aumentada e Realidade Imersiva (AR e VR) já fazem parte das principais universidades e grandes empresas de tecnologia. Mas a medida que o Ecossistema de Mundos Virtuais, Metaverso, ou o que você quiser chamar de entrelaçamento do mundo físico e digital, se torna uma ideia amplamente aceita, precisaremos de muito mais poder intelectual.
Essa arquitetura será a base sobre a qual todos os outros casos de uso serão construídos, tais como jogos, anúncios, controle de qualidade nas fábricas, finanças descentralizadas, dentre outros. O Metaverso não surgirá por conta própria. Todo um ecossistema precisará ser construído em torno dele. Sensores, CPUs, GPUs, processos de identificação, autenticação, leis, regulamentação, etc.
O mundo é complexo, e digitalizá-lo não será tarefa fácil. Podemos comparar essa dificuldade com a atualmente enfrentada pela indústria automobilística em transição para veículos elétricos. Os produtos existem, mas o maior obstáculo à sua adoção é a falta de estações de carregamento generalizadas ao longo das ruas e estradas e a constante evolução das capacidades das baterias. Da mesma forma, poderíamos ter o software e o hardware para ter um Metaverso, e ainda faltar todo o restante.
Há algumas décadas já é senso comum que para as profissões do futuro, ter conhecimento de lógica de programação será tão importante quanto o inglês e a matemática. A tecnologia vai se superando, e isso vai se confirmando. Se considerarmos que cada vez mais tudo se converge em ecossistemas virtuais, são as habilidades em construir narrativas atraentes e engajar comunidades, que somadas às competências técnicas, serão vantagens extremamente competitivas no mercado de trabalho de “já” em diante. Listei aqui algumas atividades e suas demandas:
O Desenvolvedor de Ecossistemas Virtuais será responsável por coordenar produtos e serviços digitais para garantir que as várias funcionalidades criadas sejam úteis e escaláveis. Uma coisa importante em que eles precisarão se concentrar é a interoperabilidade, para garantir que um cliente possa usar seus itens virtuais em diferentes experiências. Afinal, qual é o sentido de obter uma skin bacana em um jogo se você não pode usá-la no shopping também ou na reunião virtual do trabalho? Outros esforços serão voltados para instituições financeiras, que precisarão apoiar tecnologias de contabilidade distribuída e contratos inteligentes para bens e serviços a serem comercializados nas diversas plataformas.
Esse papel exigirá muitas das mesmas habilidades dos designers de videogames, embora com um conjunto de regras diferente. Os Desenvolvedores de Ecossistemas Virtuais precisarão ter visão de futuro, pois muito do que eles sonharão ainda não existirá na forma de uma tecnologia ou solução de produto.
Eles também precisarão considerar regras e ética. Quando o mundo digital parece real, tudo bem matar alguém nele? Já começamos a fazer essas perguntas, mas estamos longe do fim da discussão.
As ideias são baratas. A execução é cara. Uma vez que tenhamos o Metaverso em funcionamento, a capacidade de planejar e implementar todas as questões de funcionalidades em um mundo totalmente virtual será absolutamente fundamental para a maioria das empresas. Assim como selecionar as coisas certas para fazer neste mundo digital em expansão.
À medida que os CEOs definem uma visão e uma estratégia para a criação e o crescimento das receitas do Metaverso de seus negócios, o Gerente de Ecossistemas Virtuais precisará direcionar um portfólio estratégico de oportunidades, desde a prova de conceito até o piloto e a implantação. Isso significa identificar oportunidades de mercado, construir casos de negócios, influenciar roteiros de engenharia, desenvolver métricas-chave.
Pode não parecer atraente, mas como você decidiria se uma montadora deveria se concentrar na criação de testes de direção virtuais ou na implementação de um negócio de gêmeos digitais para prever avarias? Eu não sei, mas um Gerente de Ecossistemas Virtuais poderia descobrir e se encarregar de decisões como essa.
À medida que a importância da narrativa e o conceito de gamificação continuam ganhando força, é lógico pensar em agregar à nossa experiência de realidade estendida, grandes histórias com as quais possamos aprender grandes lições. Queremos rir, interagir, aprender. Queremos ver coisas, produtos e serviços com um propósito no mundo digital. É aí que entra o papel do Narrador.
Essa pessoa será responsável por projetar missões imersivas para os usuários explorarem produtos e serviços nos diferentes Ecossistemas Virtuais ou Metaversos, cenários de treinamento para trabalhadores aprenderem tarefas complexas em questão de horas, oportunidades de marketing na forma de narrativas para corporações, sessões de psicoterapia, etc.
Claro, há muitas oportunidades para que os Ecossistemas Virtuais ou Metaversos sejam lugares seguros e inclusivos, mas isso não acontecerá por conta própria.
Privacidade. Verificação de identidade. Permissões de acordo com a idade. Precisaremos de pessoas que possam fornecer orientação e supervisão para tudo isso durante os estágios de projeto, validação e produção em massa, garantindo que nosso mundo digital seja seguro e atenda ou exceda os requisitos de segurança regulatórios aplicáveis. Tudo sem sacrificar a funcionalidade, design ou custos.
Não será um trabalho fácil. Eles precisarão prever com precisão como as funcionalidades dos diferentes ecossistemas virtuais serão usadas e prever como poderão ser mal utilizadas e identificar componentes, sistemas e etapas essenciais à segurança associados a essas previsões.
Ecossistemas virtuais são alvos perfeitos para ataques cibernéticos e fraudes: avatares hackeados, roubo de NFT, vazamentos de dados biométricos e as possibilidades de as coisas darem errado são quase incontáveis.
É por isso que precisaremos de especialistas em segurança cibernética. Pessoas que bloquearão ataques em tempo real e garantirão que leis e protocolos sejam reconsiderados e alterados, e talvez até inventados, para incluir todos os riscos entre interações virtuais.
É apenas uma questão de tempo até que violações virtuais se tornem processos judiciais do mundo real.
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