Milei atribuiu o sucesso de seu plano econômico às medidas de ajuste (Kevin Dietsch/AFP)
Repórter
Publicado em 27 de outubro de 2025 às 15h22.
O presidente argentino, Javier Milei, anunciou nesta segunda-feira, 27, que a reestruturação de seu governo será adiada até o dia 10 de dezembro, data da posse dos novos integrantes do corpo legislativo. A decisão surge em meio à vitória de seu partido, A Liberdade Avança (LLA), nas eleições realizadas neste domingo.
“O gabinete será construído à luz do novo Congresso. O importante é conseguir as reformas. O instrumento é o novo gabinete e eu tenho que montá-lo”, afirmou o líder argentino durante uma entrevista à emissora “A24”.
Na semana anterior, Milei havia sinalizado que promoveria uma reforma em seu governo logo após o pleito, mas, diante do êxito eleitoral de domingo, optou por postergar essa mudança.
O chefe de Estado enfatizou que o partido conseguiu inverter o quadro adverso na província de Buenos Aires, um histórico reduto peronista, onde o partido do governo havia sido superado por mais de 13 pontos nas eleições provinciais de 7 de setembro.
"Isto reconfigura a estrutura política que devo montar para negociar e aprovar as leis que prometi aos argentinos", declarou.
Milei confirmou a permanência de sua irmã e secretária-geral da presidência, Karina Milei, mesmo diante de seu envolvimento em suposto caso de corrupção durante a campanha, e de seu conselheiro, Santiago Caputo. "Não haverá mudanças. Eles são os arquitetos deste processo", enfatizou o presidente argentino.
Além disso, o político fez elogios ao trabalho do chefe de gabinete de ministros, Guillermo Francos, e mencionou que fará uma revisão das estruturas atuais com a entrada dos legisladores que ocupam cargos ministeriais.
"Com o apoio que recebemos, está claro que podemos trabalhar de melhor maneira e mais profundamente nas reformas que faltam", declarou o presidente, referindo-se às iniciativas que serão implementadas na segunda metade de seu mandato, que completará dois anos em dezembro.
Milei atribuiu o sucesso de seu plano econômico às medidas de ajuste. "A inflação baixou, a pobreza caiu, a indigência também, os salários reais subiram e o PIB cresceu. A explicação técnica é que um ajuste gera poupança, e com essa poupança o investimento é expansivo. Isso demonstra que o modelo funciona", defendeu ele.
O resultado positivo nas urnas deve impulsionar as reformas estruturais idealizadas por Milei, as quais se concentram nas áreas fiscal e trabalhista, e que estão programadas para serem implementadas na segunda metade de seu governo.
Com a apuração de mais de 99% dos votos, o LLA alcançou 40,6% dos votos na Câmara dos Deputados e 42% no Senado, ao passo que a coalizão peronista Força Pátria e seus aliados registraram 31,6% na Câmara e 28,42% no Senado.
(Com informações da agência EFE)