Jorge Messias: advogado-geral da União foi indicado por Lula para uma vaga no STF no último dia 20 de novembro (Bruno Peres/Agência Brasil)
Redação Exame
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 13h12.
O senador Weverton Rocha (PDT-MA) iniciou uma ofensiva para ampliar o apoio à indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, ao Supremo Tribunal Federal.
Relator do processo no Senado, ele se comprometeu a funcionar como uma “ponte” entre o indicado e os demais parlamentares a partir da próxima semana, segundo informações do Globo.
Na reunião de quinta-feira, 27, ficou definido que Messias apresentará até domingo um levantamento dos senadores com quem já dialogou presencialmente ou por telefone.
Com isso em mãos, Weverton pretende fazer um corpo-a-corpo no Congresso e pedir aos colegas que recebam o indicado. Ele afirma não ter recebido qualquer orientação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sobre o teor do relatório.
Weverton orientou Messias a não contar com uma votação após o dia 10 de dezembro — data marcada por Alcolumbre para a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e o envio da indicação ao plenário. Para o senador, um eventual atraso na chegada da mensagem oficial do Planalto pode acirrar o clima com o Congresso e reduzir as chances de aprovação.
Ele também avalia que adiar a apreciação para 2026, ano eleitoral, criaria dificuldades adicionais.
“Se é indicado por Lula, é automaticamente apoiado por mim”, disse Weverton ao Globo. “Alcolumbre não me fez qualquer pedido ou orientação contrária. Vou trabalhar para que eles se encontrem em breve.”
O cronograma apertado é visto por aliados como uma armadilha de Alcolumbre, que defendia o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga no STF e se irritou com a escolha de Messias.
O indicado do presidente Lula teria menos de duas semanas para conversar com 81 senadores e buscar apoio, além de se preparar para a sabatina, etapa que antecede a votação no plenário. Messias precisa de 41 votos para ser aprovado.
A data da sabatina foi marcada antes mesmo de o Planalto enviar a mensagem formal de indicação, o que aumentou a tensão. Messias foi sugerido para a vaga no dia 20, e o envio oficial é a primeira etapa do rito no Congresso. A Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil prepara a documentação conforme o regimento do Senado.
O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou na quarta-feira que a sabatina pode ser adiada se a mensagem não chegar a tempo. “Por enquanto, valem as datas marcadas”, declarou.
Messias, por sua vez, disse não estar preocupado com a demora e atribuiu o tema ao Planalto. Ele também relatou ainda não ter sido recebido por Alcolumbre, mas demonstrou confiança em um encontro futuro. “Gosto muito do presidente Alcolumbre, estou tentando falar com ele, no momento certo ele vai me atender”, afirmou.
*Com informações do Globo