Sede do Banco Central em Brasília (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2015 às 12h23.
Brasília - A taxa média de juros no crédito livre subiu de 42,5% ao ano em maio para 43,5% ao ano em junho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo Banco Central.
Com essa alta, a taxa volta a ser a maior taxa da série iniciada em março de 2011. Desde o início do ano, em todos os meses a taxa de juros tem sido recorde e batido a do mês anterior.
No primeiro semestre deste ano, a taxa subiu 6,2 pontos porcentuais, já que em dezembro de 2014 estava em 37,3% ao ano. Em 12 meses até junho, a alta é de 6,7 pontos porcentuais.
Para pessoa física, a taxa de juros no crédito livre passou de 57,3% em maio para 58,6% em junho, também a maior da série histórica. Para pessoa jurídica, houve elevação de 26,9% para 27,5% de maio para junho.
Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, o destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 232% ao ano em maio para 241,3% ao ano no mês passado.
Ao longo de 2015, as taxas cobradas por uma das linhas mais caras que o consumidor pode acessar - perde apenas para o rotativo do cartão de crédito - subiram 40,3 pontos porcentuais, já que em dezembro de 2014 o juro médio dessa modalidade estava em 201% ao ano.
Já para o crédito pessoal, a taxa total caiu de 48,2% em maio para 48,4% em junho. No caso de consignado, a taxa ficou estável em 27,3% e, nas demais linhas, passou de 111,3% para 111,9%.
No caso de aquisição de veículos para pessoas físicas, os juros passaram de 24,8% para 24,7% de um mês para outro.
O juro médio total cobrado no cartão de crédito subiu 3,4 pontos porcentuais de maio para junho, conforme o Banco Central. Em janeiro, a instituição passou a incorporar dados sobre esse segmento, que regula desde maio de 2013. Com a alta na margem, a taxa passou de 84,9% ao ano em maio para 88,3% ao ano no mês passado.
O juro do rotativo é a taxa mais elevada desse segmento e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial.
Atingiu a marca de 372,0% ao ano em junho ante 360,5% de maio, uma elevação de 11,5 pontos porcentuais na margem. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro aumentou 2,3 pontos de maio para junho, passando de 115,9% ao ano para 118,2% ao ano.
A taxa média de juros no crédito total, que também inclui as operações direcionadas, subiu de 27,1% em maio para 27,6% em junho.
Spread
O spread bancário médio no crédito livre subiu de 29,8 pontos porcentuais em maio para 30,7 pp em junho, conforme informou há pouco o Banco Central. Trata-se do maior nível da série histórica iniciada em março de 2011.
O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 44,4 pp para 45,5 pp. Para pessoa jurídica, o spread médio subiu de 14,5 pp para 15,0 pp no período.
O spread médio do crédito direcionado passou de 3,1 pp para 3,0 pp de maio para junho. Já o spread médio no crédito total (livre + direcionado) subiu de 17,4 pp para 17,8 pp no mesmo período de comparação.
O BC informou também que a taxa de captação dos bancos no crédito livre avançou de 12,7% ao ano em maio para 12,8% ao ano no último mês.
Inadimplência
A taxa de inadimplência no crédito livre permaneceu em 4,7% de maio para junho, segundo informou nesta quinta-feira, 30, o Banco Central. Para pessoa física, também seguiu em 5,4% na comparação mensal e, para as empresas, permaneceu em 3,9% de um mês para o outro. Desde o início do ano, verifica-se uma certa estabilidade no volume de calote ao sistema financeiro.
A inadimplência do crédito direcionado caiu de 1,2% em maio para 1,1% em junho. O dado que considera crédito livre mais direcionado mostra inadimplência de 2,9% em junho, ante 3,0% em maio.
No crédito livre para pessoa física, a inadimplência no crédito pessoal passou de 3,8% em maio para 3,6% em junho. No cheque especial, permaneceu em 14,3% na mesma comparação mensal.
Na aquisição de veículos, prosseguiu em 3,9% em junho, a mesma taxa verificada desde o primeiro mês deste ano. No cartão de crédito, no entanto, avançou de 7,3% para 7,7% na mesma comparação.