Agência de Notícias
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 20h13.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, advertiu nesta segunda-feira que a criação do chamado "corredor de Trump", pactuado entre Armênia e Azerbaijão, não deve se tornar uma "ferramenta para alcançar os objetivos hegemônicos de potências estrangeiras", em referência aos Estados Unidos.
"Deve ser garantido que esta rota seja verdadeiramente um caminho para a paz e o desenvolvimento, e não uma ferramenta para alcançar objetivos hegemônicos de potências estrangeiras", afirmou Pezeshkian em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, segundo informou a agência de notícias oficial “Irna”.
O líder iraniano ressaltou a necessidade de "manter uma vigilância especial e cautela diante de possíveis ações da parte americana, que poderiam buscar objetivos de dominação no Cáucaso sob o pretexto do investimento econômico e da pretensão de garantir a paz".
Pezeshkian enfatizou, além disso, a importância de preservar a soberania da Armênia e de evitar a interferência de qualquer força militar ou de segurança estrangeira na implementação do projeto.
O acordo de paz entre Armênia e Azerbaijão inclui como uma de suas bases a reabertura de um corredor que conecta o Azerbaijão com seu enclave de Naquichevão através de território armênio, que levará o nome de Rota de Trump para a Paz e a Prosperidade Internacional (TRIPP) e que será desenvolvido exclusivamente pelos Estados Unidos.
O Irã se opôs em numerosas ocasiões ao corredor e previu que "se tornará um cemitério dos mercenários de Donald Trump e não uma rota de propriedade do presidente americano".
Neste domingo, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, insistiu que o Irã não aceitará nenhuma mudança nas fronteiras internacionais da região, ao se referir ao corredor.
O primeiro-ministro armênio ressaltou que as vias de comunicação regionais operarão "dentro da estrutura dos princípios de integridade territorial, soberania e jurisdição dos países, e com base na reciprocidade", segundo informou seu gabinete em um comunicado.